Correlações entre função cognitiva, independência funcional e risco de queda em idosos com demência de Alzheimer
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v24i4.5357Palavras-chave:
Doença de Alzheimer, Idoso, Cognição, Estado funcional, Acidentes por QuedaResumo
Objetivo: Correlacionar o nível de função cognitiva, o nível de independência funcional e o risco de quedas em idosos com Demência de Alzheimer (DA). Métodos: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, descritivo, do tipo série de casos, com 20 idosos com diagnóstico clínico de DA. Aplicou-se a anamnese através de uma ficha de avaliação com dados pessoais, clínicos e de tratamento; o Mini Exame do Estado Mental (MMEM) para avaliar a função cognitiva; a Medida de Independência Funcional (MIF) para avaliar o desempenho do idoso nos domínios motor e cognitivo/social; e, o teste Timed Up and Go (TUG) desenvolvido para avaliar o risco de queda em idosos. Para analisar a correlação entre nível cognitivo e nível de independência funcional e nível cognitivo e risco de quedas, foi calculado o índice de correlação de Spearman. Resultados: Observou-se forte correlação entre a pontuação do MEEM e a da MIF (r = 0,831; p < 0,001), entre a pontuação da MEEM e do TUG (r= -0,933; p < 0,001) e entre a pontuação da MIF e do TUG (r= -0,857; p < 0,001). Também se registrou forte correlação entre o estágio da DA e a pontuação do MEEM (r=-0,946; p < 0,001), a pontuação total da MIF (r=-0,904; p < 0,001); e, a pontuação do TUG (r=0,942; p < 0,001). Conclusão: Há correlação entre função cognitiva, nível de independência funcional e risco de queda em idosos com DA, e à medida que o quadro evolui em gravidade, ocorre piora da função cognitiva, redução da autonomia funcional e aumento do risco de quedas.
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