Mama fantasma no pós-operatório recente de mastectomia radical modiï¬cada
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v10i1.1495Abstract
O objetivo deste estudo foi analisar, prospectivamente, a ocorrência da mama fantasma (MF) e suas características clínicas no pós-operatório recente de mastectomia radical modificada (MRM). Constituíram-se sujeitos do estudo 25 mulheres, com idades entre 32 e 78 anos, portadoras de câncer de mama. O trabalho dividiu-se em duas etapas investigatórias: pré-operatória e pós-operatória recente . Os instrumentos de pesquisa contemplaram pesquisa de dados no prontuário, realização de entrevista estruturada, aplicação de testes e escala, e  exames físico e funcional. O estudo das variáveis foi realizado pela análise descritiva. Para se comparar freqüências, utilizaram-se técnicas não paramétricas (Teste Qui-quadrado e Teste Exato de Fisher) e o nível de significância foi de 5%. Destaca-se que 16 mulheres (64%) apresentaram MF descrita como sensação de persistência mamária, prurido, amortecimento, formigamento e peso. Dessas, 13 (81,25%) notaram a MF no primeiro dia de pós-operatório; 11 (68,75%) perceberam a MF na totalidade; 02 (12,50%) apresentaram dor na MF (DMF) e 05 (31,25%) demonstraram resposta positiva em um teste de estimulação da MF com base nos trabalhos de Ramachandran. Não se encontrou significância estatística das variáveis estudadas em relação í presença / ausência da MF. Concluiu-se que a MF não dolorosa é freqüente, que pode ocorrer antes das 48 horas após a amputação e que não se constitui em um problema clínico. Já a freqüência da MF dolorosa foi menor que a esperada, sugerindo que possa ser confundida com as demais algias, as quais podem fazer parte do quadro clínico.
Palavras-chave: mama fantasma, mastectomia radical modificada, pré e pós-operatório de mastectomia, câncer de mama.
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