Notí­cias, apenas notí­cias

Authors

  • marco Antônio Guimarães da Silva UFRRJ

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v11i6.1590

Abstract

Resolvi neste editorial falar sobre um tema relacionado í  fisioterapia por dois motivos. O primeiro está relacionado í  época. Estamos no Natal, e dar prosseguimento às mensagens, talvez um pouco amargas, que tenho passado nos editoriais anteriores, amparadas em criticas ao nosso tecido social, talvez não seja ideal nesse perí­odo. O segundo motivo relaciona-se í  necessidade de atender aos eventuais insatisfeitos com a linha editorial por mim adotada: falar sobre tudo, menos sobre fisioterapia. Eu diria, contudo, que essa não é a uma verdade absoluta, porque talvez vinte por cento do que escrevi tenha se referido í  fisioterapia. Reconheço que é pouco, mas acredito, também, que trazer temas em que prevalecem a discussão, consubstanciada pela filosofia, pela antropologia social, pela literatura e pela sociologia - temas que afetam os vários campos de nossas vidas - pode ser bastante útil.

Considerando que para atender ao primeiro motivo basta deixar as tais crí­ticas de lado, pelo menos temporariamente, resta-me atender aos já citados insatisfeitos com a linha editorial e dar uma notí­cia que registra o avanço da profissão em terra ultra mar. Não sei bem o ano em que a Fisioterapia em Portugal deixou de ser um curso técnico universitário de três anos e se tornou uma licenciatura (termo aplicado para os cursos que possuem cinco anos de duração). A luta para se tornarem curso superior deve ter sido dura, porque, nos anos 80, tive uma reunião com a Diretora de Serviços de Segurança e Higiene do Ministério do Trabalho de Portugal, cargo imediatamente abaixo do Ministro daquela pasta, e, ao abordar o tema, ela me disse que seria muito difí­cil o status de curso superior para fisioterapia, porque o Ministério teria que rever os salários de todos os profissionais que estavam na mesma situação (assistentes sociais, enfermeiros, nutricionistas, etc). Apesar das dificuldades levantadas pela diretora, conseguiram resolver o problema. Deram um grande passo. Não sei também se o Tratado de Bolonha modificou ou irá modificar a carga horária do curso de fisioterapia na Europa, e não entrarei em detalhes, porque o foco aqui é outro. Apesar das dificuldades por que passam vários paí­ses daquele continente, houve avanços para a implantação do primeiro mestrado em fisioterapia na Escola Superior de Tecnologia da Saúde - órgão público federal - localizada na cidade de Lisboa. Depois de alguns ajustes, o curso teve inicio em setembro de 2010. Nos anos 80, tive a oportunidade ministrar vários cursos na Universidade do Porto e alguns na cidade de Lisboa. Depois disso, tenho visitado, todos os anos, a cidade de Lisboa na condição de turista. Volto agora, trinta anos depois, como professor do curso de mestrado que fiz referência.

Para aqueles que desejarem saber um pouco mais sobre a fisioterapia em Portugal, sugiro que leiam o artigo "Contributos para a historiografia da fisioterapia em Portugal", de Maria Isabel Coutinho e colaboradores, publicado neste número da Revista Fisioterapia Brasil.

Com relação í  mensagem de Boas Festas que agora se aproximam, retomo um pequeno trecho, retirado de um antigo editorial que escrevi em 2005:

"Sustentados por uma fala social desprovida de qualquer senso de reflexão, há séculos mantemos uma tradição cultural de desejarmos aos "nossos" os intermináveis e repetidos votos de boas festas e feliz ano novo. A expressão toma para si a tarefa quase mecânica de manter e levar adiante os costumes que nos foram legados pelos nossos antepassados e por nossa cultura. A linguagem falada, imaginada em um mimetismo circunstanciado a um cumprimento do dever, não está mais, de um modo geral, a serviço do que realmente pensamos e acaba evidenciando uma contradição entre aquilo que realmente desejamos e aquilo que exprimimos."

            O objetivo do texto acima era o de comentar a enxurrada dos automatizados e-mails que as pessoas, indiscriminadamente, disparam no final de ano para seus clientes e não clientes. Ainda continuo concordando com o que escrevi, mas ressalto, entretanto, que os meu votos de FELIZ NATAL E SUPER 2011, agora dirigidos para você e sua famí­lia, expressam, do fundo do coração, os meus reais sentimentos.

Como diria meu amigo Manuel Rui, poeta e escritor angolano, autor de Quem me dera ser onda, sua obra mais conhecida aqui no Brasil: Abreijos para todos.

Published

2017-12-09