Repercussão da oxigenoterapia domiciliar na qualidade de vida de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica

Authors

  • Nayara Carolina Alves UNAERP
  • Renata P Basso-Vanelli UFSCar
  • Eloisa Maria Gatti Regueiro UFSCar
  • Marina de Toledo Durand UNAERP

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v19i4.1994

Abstract

A hipoxemia encontrada na Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) deve-se a alterações de ventilação/perfusão, então oferecer uma fração inspiratória de oxigênio maior é a solução encontrada. Entretanto, embora aumente a sobrevida, o uso prolongado do oxigênio diminui a independência do indiví­duo, e estudar o impacto dessa intervenção na qualidade de vida (QV) desses pacientes é muito importante para a indicação na prática clí­nica. Objetivo: Identificar as implicações do uso da oxigenoterapia domiciliar na QV do DPOC. Material e métodos: Realizado o levantamento de artigos cientí­ficos nas bases de dados Pubmed, Lilacs e Scielo, com a string: "(COPD) AND (Oxygen therapy) AND (quality of life)", sendo incluí­dos ensaios clí­nicos randomizados, quasi randomizados, e observacionais, nos idiomas inglês e português, publicados de 2000 a 2017. Resultados: Nove estudos foram inseridos, sendo três ensaios clí­nicos randomizados e controlados. Apenas um estudo identificou melhora na QV, dois não encontraram diferença entre os grupos e quatro apresentaram piores escores com a oxigenoterapia. Dois estudos avaliaram a influência do tipo de dispositivo na QV. Conclusão: A oxigenoterapia parece piorar a qualidade de vida dos pacientes com DPOC. Porém, poucos foram os estudos encontrados e nem todos com o melhor desenho experimental, o que prejudica a confirmação dos resultados.

Palavras-chave: doença pulmonar obstrutiva crônica, oxigenoterapia, qualidade de vida.

Author Biographies

Nayara Carolina Alves, UNAERP

Especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória Adulto e Infantil pela UNAERP

Renata P Basso-Vanelli, UFSCar

Doutora, Fisioterapeuta, Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos- UFSCar.

Eloisa Maria Gatti Regueiro, UFSCar

Docente do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Barão de Mauá e Centro Universitário Claretiano, Doutora pelo Programa de Pós Graduação em Fisioterapia da UFSCar  

Marina de Toledo Durand, UNAERP

Docente dos Cursos de Fisioterapia e Medicina da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), Coordenadora do curso de Especialização Lato Sensu em Fisioterapia Cardiorrespiratória Adulto e Infantil da UNAERP, Doutora e Pós-doutora em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Fisiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP)

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Published

2018-09-15