Efeitos sistêmicos da mobilização precoce em pacientes adultos internados na unidade de terapia intensiva: revisão atualizada

Authors

  • Bárbara Fernandes Pinto UFMG
  • Bruna Fernandes Pinto UFMG
  • Eduardo Henrique Ferreira Dias Centro Universitário de Belo Horizonte

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v19i6.2118

Abstract

Introdução: Muitos pacientes internados na UTI permanecem restritos aos 

Introdução: Nos últimos anos, com o avanço tecnológico e da medicina, a sobrevida dos pacientes internados nas unidades de terapia intensiva (UTI) tem aumentado consideravelmente. No entanto, muitos desses pacientes permanecem imóveis e restritos ao leito causando diversas consequências deletérias associadas í  imobilidade prolongada. Objetivo: Elucidar os efeitos sistêmicos da mobilização precoce em pacientes adultos internados na UTI. Métodos: Trata-se de uma revisão realizada nas bases de dados eletrônica: Pubmed, Scielo e Web of Science. Foram selecionados artigos indexados publicados entre o perí­odo de 2012 a 2017. Foram encontrados 9 estudos relevantes a essa revisão. Resultados: De forma geral, essa prática proporcionou aumento da força muscular, aumento da pressão inspiratória máxima, redução na produção de citocinas pró-inflamatórias e do estresse oxidativo, menor permanência na ventilação mecânica (VM), menor tempo de internação hospitalar e maior qualidade de vida. Conclusão: A fisioterapia torna-se essencial no desenvolvimento da mobilização precoce, contribuindo para a melhora da funcionalidade e da qualidade de vida do paciente tanto no meio hospitalar quanto pós-alta.

Palavras-chave: mobilização precoce, unidade de terapia intensiva, Fisioterapia.

Author Biographies

Bárbara Fernandes Pinto, UFMG

Bacharela em Fisioterapia pela Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais. Especialista em Fisioterapia Respiratória em Terapia Intensiva pelo Centro Universitário de Belo Horizonte. Mestre em Fisiologia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Laboratório de Neurociências, Departamento de Fisiologia e Biofí­sica, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG

Bruna Fernandes Pinto, UFMG

Bacharela em Biologia pela Newton. Mestre em Biologia Celular e Doutoranda em Biologia Celular pela Universidade Federal de Minas Gerais. Laboratório de Biologia das Interações Celulares, Departamento de Morfologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG.

Eduardo Henrique Ferreira Dias, Centro Universitário de Belo Horizonte

Bacharel em Enfermagem e Psicanálise. Especialista em Terapia Intensiva pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mestre em Bióética pela Universidade de Buenos Aries. Centro Universitário de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG

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Published

2019-02-01