Hanseníase: conhecimento e representações sociais dos alunos do curso de Fisioterapia
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v15i3.336Abstract
Introdução: A hanseníase é historicamente marcada pelo estigma, preconceito e exclusão. Objetivo: Investigar as representações sociais e os conhecimentos sobre hanseníase dos estudantes do curso de Fisioterapia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro. Material e métodos: Utilizou-se um questionário autoaplicado, semiestruturado dividido em cinco categorias: campanhas e divulgação; manifestações; tratamento; formas de contágio; representação e estigma. Resultados: Participaram do estudo 45 alunos do primeiro e segundo ano do curso de fisioterapia do IFRJ, selecionados aleatoriamente, com média de idade 20,9 (± 5,5) anos. Na categoria campanhas e divulgação, 88,9% dos entrevistados consideram as campanhas veiculadas insuficientes para esclarecer a população. Nas manifestações clínicas, 42,2% dos estudantes associaram a manchas na pele, 68,8% responderam haver correlação com algum tipo de alteração da sensibilidade. No grupo cura e tratamento, 88,6% acredita que a doença tem cura com 33,3% citando o tratamento medicamentoso como preconizado. Em 44,4% das respostas o contato direto com o doente foi apontado como principal via de contaminação. Na categoria estigma, 95,6% concordam que as pessoas com hanseníase não deveriam ser isoladas do convívio social. Sobre a representação individual, 35,5% ainda associam a doença í lepra. Conclusão: Foi possível constatar que os alunos de fisioterapia ainda apresentam conhecimento distorcido sobre a doença. Grande parte das respostas tem fundamentação no imaginário social e histórico da doença. Evidencia-se a necessidade de esclarecimento para a formação de profissionais capazes de atuar em uma equipe interdisciplinar visando o cuidado integral í saúde da população com hanseníase.
Palavras-chave: hanseníase, estigma social, Fisioterapia.
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