Perfil clí­nico e epidemiológico de pacientes com traumatismo raquimedular

Authors

  • Roseane Araújo dos Santos Faculdade Social da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v14i3.394

Abstract

O objetivo deste estudo foi identificar o perfil clí­nico e epidemiológico dos pacientes adultos com traumatismo raquimedular (TRM) em um centro de referência em traumas na Bahia. Trata-se de um estudo transversal dos prontuários de pacientes com diagnóstico de TRM, realizado no perí­odo de outubro a dezembro de 2011. Foram analisados 30 prontuários, nos quais encontramos uma média de idade de 37,1 anos, sendo 83,3% deles do gênero masculino. Quando analisada a procedência dos pacientes, observou-se que a maioria não era proveniente da capital, perfazendo um total de 73,3%. Quanto ao estado civil, 63,3% eram solteiros e os que mais comumente apresentaram TRM possuí­am baixo grau de escolaridade totalizando 86,7%. O mecanismo de trauma mais frequente foi o acidente automobilí­stico (33,4%) quando associava acidente de moto e carro, seguidos por queda de altura com 33,3%.  A distribuição do TRM, quanto í  localização, foi: torácico, com 43%; cervical 30 % e lombar 26,7%. A respeito das complicações ocorridas no momento do trauma, a fratura de vértebras esteve presente em 60% dos casos. Em relação às complicações ocorridas após TRM, as mais encontradas foram as úlceras de pressão e a paraparesia, ambas estiveram presentes em 20% dos casos. Conclui-se que o TRM neste centro foi geralmente ocasionado por acidente automobilí­stico e queda de altura, atingindo principalmente pacientes adultos jovens do gênero masculino, em idade economicamente ativa, evidenciando a gravidade e importância do conhecimento da complexidade desta associação. Sugere-se a criação de intervenções racionalizadas de caráter preventivo com maior impacto e disponibilização de recursos para o tratamento das ocorrências.

Palavras-chave: medula espinhal, coluna vertebral, perfil epidemiológico, ferimentos e lesões.


Author Biography

Roseane Araújo dos Santos, Faculdade Social da Bahia

Curso de fisioterapia pela Faculdade Social da Bahia

References

Anderle DV, Joaquim AF, Soares MS, Miura FK, Silva FL, Veiga JCE et al. Avaliação epidemiológica dos pacientes com traumatismo raquimedular operados no Hospital Estadual “Professor Carlos da Silva Lacazâ€. Coluna/Columna 2010;9(1):58-61.

Meyer F, Vialle LR, Vialle EM, Bleggi-Torres LF, Rasera E, Leonel I. Alterações vesicais na lesão medular experimental em ratos. Acta Cir Bras 2003;18(3):203-8.

Masini M. Estimativa da incidência e prevalência de lesão medular no Brasil. J Bras Neurocirurg 2001;12:97-100.

Paz AC, Beraldo PS, Almeida MC, Neves EG, Alves CM, Khan P. Traumatic injury to the spinal cord. Prevalence in Brazilian hospitals. Paraplegia 1992;30(9):636-40.

Souza Junior MF, Bastos BPR, Jallageas DN, Medeiros AAA. Perfil epidemiológico de 80 pacientes com traumatismo raquimedular, internados no hospital do Pronto-Socorro Municipal de Belém, PA, no período de janeiro a setembro de 2002. J Bras Neurocirurg 2002;13:92-8.

Zaninelli EM, Graells XS, Orli JN, Dau L. Avaliação epidemiológica das fraturas da coluna torácica e lombar de pacientes atendidos no Pronto-Socorro do Hospital do Trabalhador da UFPR de Curitiba – Paraná. Coluna/Columna 2005;4:11-15.

Campos MF, Ribeiro AT, Listik S, Pereira CAB, Sobrinho JA, Rapoport A. Epidemiologia do traumatismo da coluna vertebral. Rev Col Bras Cir 2008;35(2):88-93.

Chiu WT, Lin HC, Lam C, Chu SF, Chiang YH, Tsai SH. Review paper: epidemiology of spinal cord injury: comparisons between developed and developing. Asia Pac J Public Health 2010;22(1):9-18.

De Vivo MJ. Causes and costs of spinal injury in the United States. Spinal Cord 1997;35(12):809-13.

Aito S. Complications during the acute phase of traumatic spinal cord lesions. Spinal Cord 2003;41(11):629-35.

Cunha FM, Menezes CM, Guimarães EP. Lesões traumáticas da coluna torácica. Rev Bras Ort 2000;35,17-22.

Graells XS, Zaninelli EM, Collaço IA, Nasr A, Cecílio WAC, Borges GA. Lesões torácicas e traumatismo da coluna: uma complexa associação. Coluna/Columna 2008;7(1):8-13.

Lourenço LJO, Alves EM, Andrade AF. Lesões raquimedulares associadas ao traumatismo crânio-encefálico grave ou moderado. Coluna/Columna 2008;7(2):143-5.

DeVivo MJ, Fine PR, Maetz HM, Stover SL. Prevalence of spinal cord injury: A reestimation employing life table techniques. Arch Neurol 1980;37(11):707-8.

Sartori NR, Melo MRAC. Necessidades no cuidado hospitalar do lesado medular. Medicina (Ribeirão Preto) 2002;35(2):151-9.

Berlly M, Shem K. Respiratory management during the first five days after spinal cord injury. J Spinal Cord Med 2007;30(4):309-18.

Feng HY, Ning GZ, Feng SQ, Yu TQ, Zhou HX. Epidemiological profile of 239 traumatic spinal cord injury cases over a period of 12 years in Tianjin. J Spinal Cord Med 2011;34(4):388-94.

Blanes L, Lourenço L, Carmagnani MIS, Ferreira LM. Clinical and socio-demographic characteristics of persons with traumatic paraplegia living in São Paulo, Brazil. Arq Neuropsiquiatr 2009;67(2B):388-90.

Magalhães MO, Sousa ANB, Costa LOP, Pinto DS. Avaliação em pacientes com traumatismo raquimedular: um estudo descritivo e transversal. ConScientiae Saúde 2011;10:69-76.

Nogueira PC, Caliri MHL, Haas VJ. Profile of patients with spinal cord injuries and occurrence of pressure ulcer at a university hospital. Rev Latinoam Enferm 2006;14(3):372-7.

Gonçalves AMT, Rosa LN, D`Angelo CT, Savordelli CL, Bonin GL, Squarcino IM, et al. Aspectos epidemiológicos da lesão medular traumática na área de referência do Hospital Estadual Mário Covas. Arq Med ABC 2007;32(2):64-6.

Garcia SB. Primeiros Socorros: Fundamentos e prática na comunidade, no esporte e ecoturismo. São Paulo: Atheneu; 2005. p.137-9.

Greve JM. Traumatismos raquimedulares nos acidentes de trânsito e uso de equipamentos de segurança: Diagnóstico e Tratamento 1997;2(1):10-13.

Umphred DA. Reabilitação Neurológica. Barueri: Manole; 2004. p.507-56.

Rowland, LP. Merrit: Tratado de neurologia. 11a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2007.

Cardenas DD, Hoffman JM, Kirshblum S, McKinley W. Etiology and incidence of rehospitalization after traumatic spinal cord injury: a multicenter analysis. Arch Phys Med Rehabil 2004;85:1757-63.

Gaspar, AP, Ingham SJM, Vianna PCP, Santos FPE, Chamlian TR, Puerta EB. Avaliação epidemiológica dos pacientes com lesão medular atendidos no Lar Escola São Francisco. Acta Fisiátr 2003;10(2):73-77.

Published

2016-07-17