Efeito imediato da técnica de mobilização nas interfaces fasciais profundas da região peitoral em pacientes submetidas í  mastectomia

Authors

  • José Roberto de Abreu Prado Junior UNISUAM
  • Kelly Rosane Inocêncio Centro Municipal de Reabilitação Engenho de Dentro, Rio de Janeiro
  • André Custódio da Silva UERJ
  • Marcia dos Santos Almeida UNISUAM
  • Anke Bergmann INCA/RJ
  • Júlio Guilherme Silva UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v18i2.796

Abstract

Introdução: O câncer de mama apresenta alta incidência, morbidade e mortalidade. Seu tratamento pode acarretar diferentes complicações, com repercussões fí­sicas, emocionais e sociais. No âmbito da reabilitação das alterações musculoesqueléticas, condutas de prevenção e tratamento das complicações pós-operatórias têm merecido atenção especial, dentre elas podemos destacar as disfunções da cintura escapular e ombro. As abordagens terapêuticas miofasciais no tratamento das disfunções do ombro pós-operatórias podem favorecer o restabelecimento da função do membro superior. Objetivo: Analisar o efeito imediato da técnica de mobilização fascial profundas na dor e no arco de movimento (ADM) em mulheres submetidas í  mastectomia. Métodos: Neste estudo pré e pós-intervenção em 28 mulheres mastectomizadas, com intercostobraquialgia e bloqueio de ADM para a flexão do braço, as pacientes foram submetidas í  técnica de mobilização fascial profunda da região peitoral, em uma única intervenção de 10 segundos. A flexão do braço foi mensurada por meio da fotogoniometria e a dor avaliada pela escala analógica visual (EVA). Os dados de ADM foram analisados através do Teste T student com um ní­vel de significância de 95% (p < 0,05). Resultados: A média da ADM pré-intervenção foi de 109,99o e pós de 146,08o (p = 0,001) com um percentual médio de melhora de 32% (± 24,26). A dor teve um percentual de redução pré e pós-intervenção de 60% (± 24,26). Os dados apontaram para um ganho de ADM e diminuição da dor nas disfunções do ombro decorrente da mastectomia. Conclusão: Novas investigações devem ser realizadas para avaliar os resultados da técnica de liberação miofascial profunda em outros movimentos do ombro, como também comparar com as demais estratégias cinesioterapêuticas no tratamento das disfunções do ombro em mulheres mastectomizadas.

Palavras-chave: fáscia, terapia manual, câncer de mama, ombro. 

Author Biographies

José Roberto de Abreu Prado Junior, UNISUAM

Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM), Rio de Janeiro/RJ

Kelly Rosane Inocêncio, Centro Municipal de Reabilitação Engenho de Dentro, Rio de Janeiro

Fisioterapeuta-Chefe do Serviço de Fisioterapia Oncológica do Centro Municipal de Reabilitação Engenho de Dentro, Rio de Janeiro/RJ

André Custódio da Silva, UERJ

Prof. Assistente do Curso de Fisioterapia da Universidade Veiga de Almeida, Prof. Colaborador do Laboratório de Biomecânica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)

Marcia dos Santos Almeida, UNISUAM

Especialista em Fisioterapia Traumato-Ortopédica – Universidade Gama Filho, Colaboradora do Laboratório de Análise de Movimento Humano – UNISUAM/RJ, Programa de Iniciação Cientí­fica – UNISUAM/RJ

Anke Bergmann, INCA/RJ

D.Sc., Epidemiologista, Instituto Nacional de Câncer (INCA) – RJ

Júlio Guilherme Silva, UFRJ

D.Sc., Prof. do Programa de Mestrado e Doutorado em Ciências da Reabilitação do UNISUAM, Prof. Adjunto do Departamento de Fisioterapia – Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Coordenador do Grupo de Pesquisa em Terapias Manuais (GETEM/UFRJ)

References

INCA. Instituto Nacional do Câncer, Brasil, “Estimativa 2014: Incidência de Câncer no Brasilâ€. [citado 2015 Abril 17]. URL: http://www.inca.gov.br/estimativa/2014

Allemani C, Weir HK, Carreira H, Harewood R, Spika D, Wang XS et al. CONCORD Working Group. Global surveillance of cancer survival 1995-2009: analysis of individual data for 25,676,887 patients from 279 population-based registries in 67 countries (CONCORD-2). Lancet 2015;385(9972):977-1010.

Oliveira JF, Pereira TB, Dias RA, Ribeiro ACP, Abrahão F, Silva JG, Bergmann A. Incidence and risk factors of winged scapula after axillary lymph node dissection in breast cancer surgery. Appl Cancer Res 2009;29:69-73.

Bergmann A, Mendes VV, de Almeida Dias R, do Amaral e Silva B, da Costa Leite Ferreira MG, Fabro EA. Incidence and risk factors for axillary web syndrome after breast cancer surgery. Breast Cancer Res Treat 2012;131(3):987-92.

Fabro EAN, Bergmann A, Silva BA, Ribeiro ACP, Abrahão KS, Ferreira MGC, ET al. Post-mastectomy pain syndrome: incidence and risks. The Breast 2012;21:321-25.

Bevilacqua JL, Kattan MW, Changhong Y, Koifman S, Mattos IE, Koifman RJ et al. Nomograms for predicting the risk of arm lymphedema after axillary dissection in breast cancer. Ann Surg Oncol 2012;19(8):2580-9.

Findley T. Fascia Research II: Second International Fascia Research Congress. Int J Ther Massage Bodyw 2009;2(3):4-9.

Myers TW. Trilhos anatômicos: meridianos miofasciais para terapeutas manuais e do movimento 2ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2010.

Ercole B, Antonio S, Ann DJ, Stecco C. How much time is required to modify a fascial fibrosis? J Bodyw Mov Ther 2010;14(4):318-25.

Ingber D. Tensegrity and Mechanotransduction. J Bodyw Mov Ther 2008;12(3):198-200.

Stecco A, Masiero S, Macchi V, Stecco C, Porzionato A, De Caro R. The pectoral fascia: anatomical and histological study. J Bodyw Mov Ther 2009;13(3):255-61.

Ingber D. Tensegrity and Mechanotransduction. J Bodyw Mov Ther 2008;12(3):198-200.

Ruggiero C, Benvenuti S, Borchi S, Giacomini M. Mathematical model of retinal mosaic formation. Biosystems 2004;76(1-3):113-20.

Fourie WJ, Robb KA. Physiotherapy management of axillary web syndrome following breast cancer treatment: Discussing the use of soft tissue techniques. Physiotherapy 2009;95(4):314-20.

Stecco C, Gagey O, Macchi V, Porzionato A, De Caro R, Aldighieri R, et al. Tendinous muscular insertions onto the deep fascia of the upper limb. First part: anatomical study. Morphologie 2007;91(292):29-37.

Schleip R, Naylor IL, Ursu D, Melzer W, Zorn A, Wilke HJ et al. Passive muscle stiffness may be influenced by active contractility of intramuscular connective tissue. Med Hypotheses 2006;66(1):66-71.

Day JA, Stecco C, Stecco A. Application of fascial manipulation technique in chronic shoulder pain - Anatomical basis and clinical. J Bodyw Mov Ther 2009;13:128-35.

Fourie WJ, Robb KA. Physiotherapy management of axillary web syndrome following breast cancer treatment: Discussing the use of soft tissue techniques. Physiotherapy 2009;95(4):314-20.

Schleip R, Naylor IL, Ursu D, Melzer W, Zorn A, Wilke HJ, Horn FL, Klingler W. Passive muscle stiffness may be influenced by active contractility of intramuscular connective tissue. Med Hypotheses 2006;66(1):66-71.

Huijing P. Muscle as a collagen fiber reinforced composite: a review of force transmission in muscle and whole limb. In: Findley T, Schleip R, eds, Fascia Research. Munich: Elsevier; 2007. p.90.

Pimenta CAM, Cruz DALM. Instrumentos para avaliação da dor: o que há de novo em nosso meio. Arq Bras Neurocir 1998;17(1):15-24.

Fernández-Lao C, Cantarero-Villanueva I, Fernández-de-Las-Peñas C, Del-Moral-Ãvila R, Menjón-Beltrán S, Arroyo-Morales M. Development of active myofascial trigger points in neck and shoulder musculature is similar after lumpectomy or mastectomy surgery for breast cancer. J Bodyw Mov Ther 2011;16(2):183-90.

Couceiro TCM, Menezes TC, Valênça MM. Síndrome dolorosa pós-mastectomia. A magnitude do problema. Rev Bras Anestesiol 2009;59(3):358-65.

Manheim CJ. The myofascial release manual. Thorofare: Slack; 2008.

Wadsworth D. Locomotor Slings: a new total body approach to treating chronic pain. Journal of the Australian Association of Massage Therapists 2007;1:17-21.

Published

2017-05-02