Desatenção í mulher incontinente na atenção primária de saúde no SUS
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v18i2.799Abstract
O presente trabalho, de abordagem qualitativa, apresenta como objetivo compreender as implicações sociais e afetivas de mulheres com perda urinária, que frequentam uma unidade de Atenção Primária de Saúde e não possuem nenhuma perspectiva de tratamento nesse nível de assistência. A técnica utilizada para a coleta das opiniões foi a entrevista semi-estruturada e o método utilizado foi a análise de conteúdo. O cenário do estudo foi uma Unidade Regional de Saúde, localizada no município de Serra/ES. As entrevistadas foram mulheres com queixa de perda urinária que se encontravam na Unidade de Saúde para atendimento médico, totalizando 11 entrevistas. Os resultados apontam que as mulheres acreditam que a perda urinária tem solução, apesar de desconhecerem os tratamentos conservadores; expressam descrença nos médicos e no sistema de saúde, relataram temor pela cirurgia e pela progressão do quadro. Também emergiram relatos sobre restrições, ajustes de comportamento e limitação na convivência social como estratégias para conviver com a perda. Nesse sentido, verifica-se que há necessidade de atendimento deste agravo nas Unidades Primárias de Saúde e de um diálogo mais aberto e acolhedor dos profissionais de saúde nesse nível de atenção. Seria importante amparar e cuidar dessas pacientes nesse nível de assistência a fim de evitar sobrecarga no nível terciário de saúde e minimizar os gastos com internações, medicamentos e cirurgias.
Palavras-chave: incontinência urinária, saúde da mulher, atenção primária, Sistema Único de Saúde.
References
Seleme MR. Incontinência urinária: um problema social de saúde pública [Tese]. Rio de Janeiro: Escola de Serviço Social, Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2006.
Delarmelindo RCA. Entre o sofrimento e a esperança: a reabilitação da incontinência urinária como componente interveniente. [Dissertação]. São Paulo: Universidade Estadual Paulista; 2010.
Lima JLDA, Carvalho GM, Martins AA. Contribuição da assistência de enfermagem obstétrica pré-natal: educação para prevenção e correção da incontinência urinária de esforço (IUE). Mundo Saúde 2007;31(3):411-8.
Liao YM, Yang CY, Kao CC, Dougherty MC, Lai YH, Chang Y et al. Prevalence and impact on quality of life of lower urinary tract symptoms among a sample of employed women in Taipei: a questionnaire survey. Int J Nurs Stud 2009;46(5):633-44.
Abrams P, Cardozo L, Fall M, Griffiths D, Rosier P, Ulmsten U et al. The standardization of terminology of lower urinary tract function: report from the standardization sub-committee of the International Continence Society. Neurourol Urodyn 2002;21(2):167-78.
Abrams P, Andersson KE, Brubaker L, Cardozo L, Cottenden A, Denis L et al, eds. ICS – 3rd International Consultation on Incontinence Incontinence; Monaco, 2005.
Higa R, Rivoredo CRSF, Campos LK, Lopes MHM, Turato ER. Vivências de mulheres brasileiras com incontinência urinária. Texto Contexto Enferm 2010;19(4):627-35.
Delarmelindo RCA, Parada CMGL, Rodrigues RAP, Bochi SCM. Estratégias de enfrentamento da incontinência urinária por mulheres. Rev Esc Enferm USP 2013;47(2):296-303.
Sacomori C, Negri NB, Cardoso FL. Incontinência urinária em mulheres que buscam exame preventivo de câncer de colo uterino: fatores sociodemográficos e comportamentais. Cad Saúde Pública 2013;29(6):1251-59.
Espuna-Pons M, Guiteras PB, Sampere DC, Bustos AM, Penina AM. Prevalência de incontinência Urinária na Catalunã. Rev Medic ClÃn 2009;113(18):702-05.
Justina LBD. Prevalência de incontinência urinária feminina no Brasil: uma revisão sistemática. Inspirar;5(2):7-13.
Honório MO, Santos SMA. Incontinência urinária e envelhecimento: impacto no cotidiano e na qualidade de vida. Rev Bras de Enferm 2009;62(1):51-6.
Silva L, Lopes MHBM. Incontinência urinária em mulheres: razão da não procura por tratamento. Rev Esc Enferm USP 2009;4(3):72-8.
Guarisi T, Pinto-Neto AM, Osis MJ, Pedro AO, Costa-Paiva LHS, Faúndes A. Procura de Serviço Médico por Mulheres com Incontinência Urinária. Rev Bras Ginecol Obstet 2001;23(7):439-43.
Barbosa SS, Oliveira LDR, Lima JLDA, Carvalho GM, Lopes MHBM. Como profissionais de saúde da rede básica identificam e tratam a incontinência urinária. O Mundo da Saúde 2009;33:449-56.
Tamanini JTN, Dambros M, D’Ancona CAL, Palma PCR, Netto Jr NR. Validation of the International Consultation on Incontinence Questionnaire - short form (ICIQ-SF) for portuguese. Rev Saúde Pública 2004;38(3):438-44.
Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 13 ed. São Paulo: Hucitec; 2013.
BRASIL. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual de Atenção a Mulher no Climatério/Menopausa. BrasÃlia: Editora do Ministério da Saúde; 2008.
Vaz CT. Assistência fisioterapêutica a mulheres com incontinência urinária na atenção básica. [Dissertação]. Belo Horizonte: Escola de Educação FÃsica, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Universidade Federal de Minas Gerais; 2012.
Carmona EGG, Delgado RR, Arbolaez JA, Lopez SS, Gonzales HIB. Incontinência urinaria, un problema económico/social. Acta Médica del Centro. Cuba 2013;7(2).
Higa R, Rivorêdo CRSF, Campos LK, Lopes MHM, Turato ER. Vivências de mulheres brasileiras com incontinência urinária. Texto Contexto Enferm 2010;19(4):627-35.
Hay SJ. Adult conservative management. In: Abrams P, Cardozo L, Khoury S, Wein A, eds. Incontinence: 4th International Consultation on Incontinence. 4a ed. Paris: Health Publication; 2009. p. 1025-120.
Published
Issue
Section
License
Authors are authorized for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (eg, publishing in an institutional repository or as a book chapter), with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.