A herança indesejada
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v16i3.88Abstract
É comum vermos profissionais exaltarem um ou outro curso falando: - Estou fazendo uma pós-graduação.
Na verdade qualquer curso após a graduação é um curso de pós-graduação, mas não é esta ênfase que eles acham que dão e qualquer curso de até 12 horas passa a ter essa rotulação enfática, muitas vezes motivada por empresários do ramo que procuram com isso preencherem as vagas oferecidas aumentando assim os seus lucros. Na verdade é isso que sempre ocorreu na fisioterapia, não sendo novidade já que esse comportamento já data de longo tempo. Assim proporcionamo-lhes uma herança indesejada, pois esta prática rotulou alguns cursos e criou um neologismo inusitado o que não se vê em outras profissões.
Desta forma surgiram: os Bobistas, - feio não? - que se reportava aos que faziam o método Bobath, Kabatistas, RPGistas, dentre outros. Cursos esses que adquiriam a conotação de especialidades, às quais não respeitavam as resoluções da CAPES. Víamos então o orgulho de profissionais ao dizerem:
- Sou RPGista,
- Como a moda agora é o Pilates quem sabe dirão:
- Sou Pilatista, também feio não?
Na qualidade de professor é importante informar que um curso de especialização deve ter pelo menos 360 hs. Que seu corpo docente seja formado por professores titulados, isto é mestres e doutores podendo ter um ou outro não titulado que seja reconhecido. Que inclua na sua grade curricular disciplinas como Metodologia do Ensino Superior e Metodologia da Pesquisa Científica com carga horária mínima de 60 hs, respectivamente, notem bem que esses professores devem ministrar as aulas e não fornecerem seus nomes e currículos para autorizarem o curso. Por fim que seja ministrado com a chancela de escola de nível superior devidamente credenciada pelo MEC. É bom ressaltar que o Conselho Federal de Fisioterapia pode também autorizar e credenciar uma especialização, devendo também respeitar as normas da CAPES.
Na prática vemos que poucos observam tais normas e aí não conseguem registrar suas especialidades não passando de istas...
Nossa sugestão é que não percam tempo, e enriqueçam seus currículos e não tenham a decepção de num concurso terem os seus currículos com pontuação baixa por se enquadrarem como istas, o que aconteceu e vem acontecendo e os cursos não passam de modismo. Lembrem-se que com o conhecimento de anatomia, fisiologia, fisiologia do esforço, patologia, você tem tudo para ser um bom profissional.
Que herança indesejada.
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