Treinamento esï¬ncteriano por meio de biofeedback no tratamento de crianças portadoras de micção incoordenada
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v10i2.1506Resumo
Vinte crianças portadoras de micção incoordenada foram tratadas por meio de treinamento vesicoesfincteriano, utilizando-se técnicas fisioterapêuticas associadas com equipamento de eletromiografia com eletrodos de superfície – biofeedback (EMG–biofeedback). O grupo foi composto por 16 meninas e quatro meninos (média de idade 10 anos). O diagnóstico de micção incoordenada MINI baseou-se no histórico, exame físico, ultra-som, uretrocistografia miccional e avaliação urodinâmica. Os parâmetros avaliados antes e depois do tratamento foram: troca de roupas íntimas ao dia, resíduo pós-miccional, fluxo urinário máximo, número dos episódios de infecção do trato urinário e alteração no grau de refluxo vesicoureteral. O treinamento envolveu a monitorização da atividade eletromiográfica da musculatura da parede abdominal e Musculatura do Assoalho Pélvico (MAP), por meio de eletrodos de superfície. O tratamento consistiu em ensinar a criança a relaxar a musculatura pélvica durante a micção. Ao final de cada sessão, realizou-se um estudo com urofluxometria + EMG, visando identificar eventuais contrações da musculatura pélvica durante a micção. O protocolo de tratamento incluiu uma sessão semanal de fisioterapia com treinamento do assoalho pélvico, durante um período médio de 25 semanas (variando de 20 a 35 sessões). Os dados do estudo demonstraram que houve diminuição significativa no número de trocas de roupas íntimas diárias, diminuição dos episódios de infecção no trato urinário, melhora do fluxo miccional, diminuição do resíduo pós-miccional e do grau de refluxo vesicoureteral. O treinamento fisioterapêutico com o EMG-biofeedback no tratamento da micção incoordenada em crianças demonstrou-se uma opção terapêutica não invasiva, segura e de resultados satisfatórios no presente estudo.
Palavras-chave: biofeedback, disfunção miccional, criança.Referências
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