Prevalência da respiração bucal e sua possível associação com a má oclusão dentária em alunos do ensino fundamental de escolas públicas do município de Caratinga MG
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v9i5.1703Resumo
Este estudo teve como objetivo avaliar a prevalência da respiração bucal e sua possível associação com a má oclusão dentária em crianças matriculadas no ensino fundamental de escolas públicas do município de Caratinga – MG. Os indivíduos amostrados: 344 crianças de ambos os gêneros, com idade entre 7 e 11 anos, receberam um termo de consentimento livre e esclarecido para que fosse assinado pelos pais ou responsável. Da amostra inicial selecionada, permaneceram 187 crianças, 114 meninas e 73 meninos para as avaliações clínicas propostas. Foi realizada avaliação clínica dessas crianças para a verificação do padrão respiratório e o tipo de oclusão dentária apresentada. A prevalência de respiração bucal e má oclusão dentária na amostra avaliada foram de 12,8% e 70,58%, respectivamente. Para a análise dos resultados foi aplicado o teste não paramétrico do qui-quadrado ao nível de 5% de probabilidade. Pela análise da distribuição dos respiradores bucais, não se observou diferença estatisticamente significante em relação ao gênero e faixa etária. Verificou-se que o hábito respiratório alterado e a má oclusão dentária apresentam correlação positiva, já que 91,7% dos respiradores bucais apresentaram má oclusão dentária, em comparação com os respiradores nasais, que apresentaram 67,5%. Quanto í classificação de Angle, 100% dos respiradores bucais com má oclusão dentária se agruparam na categoria classe II, divisão 1º de Angle. Portanto, em resposta í correlação proposta pelo estudo realizado, pode-se dizer que o hábito respiratório alterado parece ser fator etiológico agravante para o desenvolvimento da má oclusão dentária em indivíduos jovens, que ainda se encontrem em fase de crescimento e desenvolvimento ósseo.
Palavras-chave: respiração bucal, oclusão dentária, crianças.Referências
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