Força muscular respiratória e periférica, função pulmonar, ansiedade e depressão em dependentes químicos
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v20i1.1951Resumo
Introdução: Consumo de drogas no Brasil se constitui um problema de saúde pública, pois afeta não só o indivíduo no âmbito psicossocial como na sua saúde física e mental. Objetivo: Avaliar a função pulmonar, força muscular respiratória e periférica, ansiedade e depressão em dependentes químicos internados em um centro de recuperação. Métodos: Estudo transversal, realizado em um centro de recuperação para dependentes químicos. Foi analisada a função pulmonar, força muscular respiratória, força muscular periférica, qualidade de vida e depressão. Resultados: Foram avaliados 20 indivíduos internados, com idade média de 37,15 ± 11,48 anos, sexo masculino, dos quais 55% (n = 11) tinham ensino médio completo, e 27% (n = 6) apresentaram depressão grave e 75% (n = 15) apresentaram ansiedade severa. Observou-se que a correlação da força muscular periférica com a PImáx foi uma correlação moderada (r = 0,53, p < 0,05), e com a PEmáx observamos uma correlação fraca embora significante (r = 0,27, p < 0,05). Os achados com relação í função pulmonar demonstraram uma diminuição do Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo (VEF1) em comparação com o previsto (3,60 vs. 4,06 litros, respectivamente), Capacidade Vital Forçada (CVF) (4,28 vs. 4,93 litros). Conclusão: Dependentes químicos apresentam uma redução da função pulmonar e força muscular respiratória e, ainda, aumentos dos índices de ansiedade e depressão.
Palavras-chave: dependência química, cocaína, função pulmonar, funcionalidade.
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