Controle de tronco, equilí­brio e capacidade de transferência de peso após acidente vascular encefálico: ferramentas de aferição e acompanhamento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v19i5.2121

Resumo

Introdução: Acidentes vasculares encefálicos interferem em mecanismos posturais podendo prejudicar a marcha e as atividades dos membros. Frequentemente, alteram o controle de tronco (CT), o equilibrio (EQ) e a capacidade de realizar transferência de peso (CTP), três objetivos fundamentais do treino de tronco. Objetivo: Realizar uma revisão dos instrumentos de avaliação quantitativa disponí­veis para acompanhamento do CT, do EQ e da CTP após acidente vascular encefálico. Métodos: Revisão narrativa, baseada nas bases de dados Pubmed/Medline, Lilacs e Scielo. Resultados: As estratégias de treino de tronco contribuem para a estabilização e mobilidade do tronco importantes para as atividades de vida diária. Determinadas ferramentas quantitativas são mais frequentemente utilizadas e foram descritas sucintamente: para o CT propriamente dito – Trunk Impairment Scale, Trunk Control Test; para o EQ – Escala de Equilí­brio de Berg, Índice do Andar Dinâmico, Teste do Alcance Funcional e Lateral, Balance Evaluation Systems Test e Mini-Balance Evaluation System Test, Timed Up and Go Test, Escala de Equilí­brio e Mobilidade de Tinetti; e para a CTP – Avaliação da Simetria e Transferência de Peso (ASTP). Conclusão: Dos três domí­nios estudados, ferramentas de avaliação quantitativa estão disponí­veis sobretudo para controle de tronco e equilí­brio. Apesar de relativamente comuns, distúrbios da capacidade de transferência de peso não dispõem da mesma riqueza de instrumentos. Ressalta-se a importância da utilização dessas ferramentas para avalição inicial e seguimento no processo de reabilitação.

Palavras-chave: acidente vascular cerebral, reabilitação, paresia, hemiplegia, equilí­brio postural, marcha, suporte de carga, avaliação da deficiência.

Biografia do Autor

Daniela Costa Borges Souza, UFBA

Programa de Pós-Graduação em Medicina e Saúde, Faculdade de Medicina da Bahia, Universidade Federal da Bahia, Divisão de Neurologia e Epidemiologia, Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos

Matheus de Sales Santos, UFBA

Programa de Pós-Graduação em Medicina e Saúde, Faculdade de Medicina da Bahia, Universidade Federal da Bahia, Divisão de Neurologia e Epidemiologia, Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos

Nildo Manoel da Silva Ribeiro, UFBA

D.SC., Divisão de Neurologia e Epidemiologia, Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos, Universidade Federal da Bahia, Departamento de Fisioterapia, Instituto de Ciências da Saúde, Unidade de Reabilitação, Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos

Igor Lima Maldonado, UFBA

D.Sc., Programa de Pós-Graduação em Medicina e Saúde, Faculdade de Medicina da Bahia, Universidade Federal da Bahia, Divisão de Neurologia e Epidemiologia, Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos, Unidade Neuro-Músculo-Esquelética, Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos, Departamento de Biomorfologia, Instituto de Ciências da Saúde

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Publicado

2018-12-25