Protocolo de extubação: teste do cartão branco como importante preditor de falha em unidade de terapia intensiva

Autores

  • Barbara Diniz Faria UFMG
  • Ana Paula Azeredo Teixeira Prefeitura Municipal de Contagem/MG
  • Isabella Diniz Faria UFMG

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v20i2.2329

Resumo

Introdução: O desmame da ventilação mecânica e consequente sucesso da retirada do tubo endotraqueal (extubação) depende da qualidade da avaliação clí­nica e dos protocolos clí­nicos adotados. Objetivo: Traçar o perfil do processo de extubação em um serviço de terapia intensiva de um hospital público e os principais fatores de risco associados í  falência da extubação. Métodos: Estudo quali-quantitativo, observacional analí­tico, retrospectivo, com análise documental de dados de 81 protocolos de avaliação da extubação, perí­odo de junho de 2015 a dezembro de 2016. Realizou-se análise estatí­stica dos dados por meio da técnica de regressão logí­stica e testes complementares a esse modelo. Resultados: A taxa de falência da extubação apresentada para o hospital foi de 34% no perí­odo avaliado. As variáveis de significância estatí­stica para o desfecho "sucesso ou insucesso da extubação" foram "teste do cartão branco", que avalia a efetividade da tosse e "presença de aminas", que tem correlação com a estabilidade hemodinâmica do indiví­duo. Conclusão: A análise dos protocolos demonstrou que a taxa de falência da extubação do hospital em estudo apresentou valores dentro das médias encontradas na literatura. As variáveis "teste do cartão branco" e "presença de aminas" demonstraram ser importantes preditores para o sucesso da extubação.

Palavras-chave: protocolos clí­nicos, extubação, desmame, ventilação mecânica.

Biografia do Autor

Barbara Diniz Faria, UFMG

Especialista em Fisioterapia Respiratória pela ASSOBRAFIR, pós-graduada pelo Programa de Residência Multiprofissional em Saúde na área de Urgência e Trauma do Hospital Municipal José Lucas Filho

Ana Paula Azeredo Teixeira, Prefeitura Municipal de Contagem/MG

Especialização em Fisioterapia Respiratória, Terapia Intensiva e Reabilitação (UNIBH), especialista em Terapia Intensiva Adulto e Neonatal pela ASSOBRAFIR

Isabella Diniz Faria, UFMG

Especialista em Fisioterapia Respiratória pela UFMG e ASSOBRAFIR, Especialista em Terapia Intensiva Adulto pela ASSOBRAFIR, Especialista em Preceptoria no SUS pelo Hospital Sí­rio Libanês, Doutoranda em Ciências da Reabilitação pela UFMG

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Publicado

2019-05-01

Edição

Seção

Artigos originais