Disfunções dos músculos do assoalho pélvico em mulheres que realizam o exame preventivo de câncer de colo de útero

Autores

  • Helena Goldbach Reis UFSC
  • Maiara Gonçalves dos Santos UFSC
  • Karoline Sousa Scarabelot UFSC
  • Janeisa Franck Virtuoso UFSC

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v20i3.2380

Resumo

Introdução: As disfunções dos músculos do assoalho pélvico (DMAP) ocorrem devido a alterações das estruturas da região pélvica. A identificação de sintomas no exame preventivo de câncer de colo de útero é importante para aprimorar polí­ticas públicas de atenção í  saúde da mulher. Objetivo: Analisar a prevalência de DMAP em mulheres que realizam exame preventivo de câncer de colo de útero. Métodos: Tratou-se de um estudo transversal cuja população foi composta por 64 mulheres adultas. Os instrumentos de pesquisa utilizados foram ficha de identificação de DMAP e ficha de identificação de fatores associados as DMAP. Resultados: Constipação (40,6%), incontinência urinária (IU) (39,1%) e dispareunia (23,4%) foram as mais prevalentes, com 39,1% das mulheres apresentando sintomas de uma única disfunção, 21,9% duas disfunções e 9,4% associação de três disfunções, 44% das mulheres com IU também apresentam constipação e 28% com IU apresentavam dispareunia. Nenhum fator demonstrou associação í  constipação, IU demonstrou uma tendência í  associação ao consumo de cafeí­na e dispareunia ao uso de medicamentos Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina. Conclusão: Observou-se maior prevalência de constipação, IU e dispareunia destacando-se a sobreposição de sintomas, enfatizando a importância da detecção precoce das DMAP ainda na atenção primária.

Palavras-chave: assoalho pélvico, constipação intestinal, incontinência urinária, dispareunia.

Biografia do Autor

Helena Goldbach Reis, UFSC

Curso de Fisioterapia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Centro Araranguá, Araranguá/SC

Maiara Gonçalves dos Santos, UFSC

Ft., M.Sc., Curso de Fisioterapia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Centro Araranguá, Araranguá/SC

Karoline Sousa Scarabelot, UFSC

Ft., M.Sc., Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Universidade Federal de Santa Catarina (PPGCR-UFSC), Centro Araranguá, Araranguá/SC

Janeisa Franck Virtuoso, UFSC

D.Sc., Professora efetiva do curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Centro Araranguá, Araranguá/SC

Referências

Cook MS, Malham LB, Esparza MC, Alperin M. Age-related alterations in female obturator internus muscle. Int Urogynecol J 2017;28(5):729-34. https://doi.org/10.1007/s00192-016-3167-5

Erekson EA, Li FY, Martin DK, Fried TR. Vulvovaginal symptoms prevalence in postmenopausal women and relationship to other menopausal symptoms and pelvic floor disorders. Menopause 2016;23(4):368-75. https://doi.org/10.1097/GME.0000000000000549

Berghmans B, Nieman F, Leue C, Weemhoff M, Breukink S, Van Koeveringe G. Prevalence and triage of first contact complaints on pelvic floor dysfunctions in female patients at a pelvic care centre. Neurourol Urodyn 2016;35(4):503-8. https://doi.org/10.1002/nau.22739

Wu JM, Vaughan CP, Goode PS, Redden DT, Burgio KL, Richter HE et al. Prevalence and trends of symptomatic pelvic floor disorders in U.S. women. Obstet Gynecol 2014;123(1):141-8. https://doi.org/10.1097/AOG.0000000000000057

Chen GD. Pelvic floor dysfunction in aging women. Taiwan J Obstet Gynecol 2007;46(4). https://doi.org/10.1016/S1028-4559(08)60006-6

Resende APM, Nakamura MU, Ferreira EAG, Petricelli CD, Alexandre SM, Zanetti MRD. Eletromiografia de superfície para avaliação dos músculos do assoalho pélvico feminino: revisão de literatura. Fisioter Pesqui 2011;18(3)292-7. https://doi.org/10.1590/S1809-29502011000300016

Bezerra LR, Vasconcelos Neto JA, Vasconcelos CT, Karbage SA, Lima AC, Frota IP et al. Prevalence of unreported bowel symptoms in women with pelvic floor dysfunction and the impact on their quality of life. Int Urogynecol J 2014;25:927-33. https://doi.org/10.1007/s00192-013-2317-2

Panman CMCR, Wiegersma M, Talsma MN, Kollen BJ, Berger MY, Leeuwen YLV et al. Sexual function in older women with pelvic floor symptoms: a cross-sectional study in general practice. Br J Gen Pract 2014;64(620):144-50. https://doi.org/10.3399/bjgp14X677518

Marques LP, Schneider IJC, Giehl MWC, Antes DL, D'Orsi E. Fatores demográficos, condições de saúde e hábitos de vida associados a incontinência urinaria em idosos de Florianópolis, Santa Catarina. Rev Bras Epidemiol 2015;18(3):595-606. https://doi.org/10.1590/1980-5497201500030006

Faria CA, Moraes JR, Monnerat BRD, Verediano KA, Hawerroth PAMM, Fonseca SC. Impacto do tipo de incontinência urinária sobre a qualidade de vida de usuária do Sistema Único de Saúde do Sudeste do Brasil. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 2015;37(8):374-80. https://doi.org/10.1590/SO100-720320150005394

Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e diretrizes / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Brasília: Ministério da Saúde; 2004. p 48-67.

Virtuoso JF, Balbé GP, Hermes JM, Amorim Júnior EE, Fortunato AR, Mazo GZ. Força de preensão manual e aptidões físicas: um estudo preditivo com idosos ativos. Rev Bras Geriatr Gerontol 2014;17(4):775-84. https://doi.org/10.1590/1809-9823.2014.13183

Bo K, Artal R, Barakat R, Brown W, Davies GAL, Dooley M et al. Exercise and pregnancy in recreational and elite athletes: 2016 evidence summary from the IOC expert group meeting, Lausanne. Part 1- exercise in women planning pregnancy and those who are pregnant. Br J Sports Med 2016;50:571-89. https://doi.org/10.1136/bjsports-2016-096218

OMS - Organização Mundial da Saúde. Status Físico: uso e interpretação da antropometria. Geneva: Organização Mundial da Saúde; 1990.

Higa R, Lopes MHBM, Reis MJ. Fatores de risco para incontinência urinária na mulher. Rev Esc Enferm USP 2008;42(1):187-92. https://doi.org/10.1590/S0080-62342008000100025

Frota IPR, Rocha ABO, Neto JAV, Vasconcelos CTM, De Magalhaes TF, Karbage SAL et al. Pelvic floor muscle function and quality of life in postmenopausal women with and without pelvic floor dysfunction. Acta Obstet Gynecol Scand 2018;97(5):552-9. https://doi.org/10.1111/aogs.13305

Nygaard I, Barber MD, Burgio KL, Kenton K, Meikle S, Schaffer J et al. Prevalence of symptomatic pelvic floor disorders in US women. JAMA 2008;300(11):1311-6. https://doi.org/10.1001/jama.300.11.1311

Jelovsek JEJ, Barber MD, Paraiso MFR, Walters MD. Functional bowel and anorectal disorders in patients with pelvic organ prolapse and incontinence. Am J Obstetr Gynecol 2005;193:2105-11. https://doi.org/10.1016/j.ajog.2005.07.016

McCrea LG, Miaskowski C, Stotts NA, Macera L, Varma MG. Pathophysiology of constipation in the older adult. World J Gastroenterol 2008;14(17):2631-8. https://doi.org/10.3748/wjg.14.2631

Wald A, Scarpignato C, Kamm MA, Mueller-Lissner S, Helfrich I, Schuijt C et al. The burden of constipation on quality of life: Results of a multinational survey. Aliment Pharmacol Ther 2007;26:227-36. https://doi.org/10.1111/j.1365-2036.2007.03376.x

De Giorgio R, Ruggeri E, Stanghellini V, Eusebi LH, Bazzoli F, Chiarioni G. Chronic constipation in the elderly: A primer for the gastroenterologist. BMC Gastroenterol. 2015;15:130. https://doi.org/10.1186/s12876-015-0366-3

Tettamanti G, Altman D, Pedersen NL, Bellocco R, Milsom I, Iliadou AN. Effects of coffee and tea consumption on urinary incontinence in female twins. Int J Obstetr Gynecol 2011;118(7):806-13. https://doi.org/ 10.1111/j.1471-0528.2011.02930.x

Luo R, Dai W, Tay LH, Ng FC, Koh LT. Urinary incontinence in female outpatients in Singapore. Int Urogynecol J 2018;29(4):579-84. https://doi.org/10.1007/s00192-017-3488-z

Jura YH, Townsend MK, Curhan GC, Resnick NM, Grodstein F. Caffeine intake, and the risk of stress, urgency and mixed urinary incontinence. J Urol 2011;185:1775-80. https://doi.org/10.1016/j.juro.2011.01.003

Baek JM, Song SJ, Park EK, Jeung IC, Kim CJ, Lee YS. Caffeine intake is associated with urinary incontinence in Korean postmenopausal women: Results from the Korean National Health and Nutrition Examination Survey. PLoS One. 2016;11(2):e0149311. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0149311

Gleason JL, Richter HE, Redden DT, Goode PS, Burgio KL, Markland AD. Caffeine and urinary incontinence in US women. Int Urogynecol J 2013;24:295-302. https://doi.org/10.1007/s00192-012-1829-5

Bryant C, Dowell C, Fairbrother G. Caffeine reduction education to improve urinary symptoms. Br J Nurs 2002;11:562-5. https://doi.org/10.12968/bjon.2002.11.8.10165

Nascimento ER, Maia AC, Nardi AE, Silva AC. Sexual dysfunction in arterial hypertension women: the role of depression and anxiety. J Affect Disord 2015;181(1):96-100. https://doi.org/10.1016/j.jad.2015.03.050

Thomas HN, Evans GW, Berlowtiz DR, Chertow GM, Conroy MB, Foy CG et al. Antihypertensive medications and sexual function in women: Baseline data from the Systolic Blood Pressure Intervention Trial (SPRINT) J Hypertens 2016;34(6):1224-31. https://doi.org/ 10.1097/HJH.0000000000000911

Hornig B, Landmesser U, Kohler C, Ahlersmann D, Spiekermann S, Christoph A et al. Comparative effect of ace inhibition and angiotensin II type 1 receptor antagonism on bioavailability of nitric oxide in patients with coronary artery disease: role of superoxide dismutase. Circulation 2001;103(6):799-805. https://doi.org/10.1161/01.CIR.103.6.799

Duncan LE, Lewis C, Smith CE, Jenkins P, Nichols M, Pearson TA. Sex, drugs, and hypertension: a methodological approach for studying a sensitive subject. Int J Impot Res 2001;13(1):31-40. https://doi.org/10.1038/sj.ijir.3900629

Okeahialam BN, Ogbonna C. Impact of hypertension on sexual function in women. West Afr J Med 2010;29(5)344-8.

Hill JF, Bulpitt CJ, Fletcher AE. Angiotensin converting enzyme inhibitors and quality of life: the European trial. J Hypertens Suppl 1985;3(2):S91-4.

Soligo M, Salvatore S, Emmanuel AV, De Ponti E, Zoccatelli M, Cortese M et al. Patterns of constipation in urogynecology: clinical importance and pathophysiologic insights. Am J Obstet Gynecol 2006;195:50-5.

Downloads

Publicado

2019-06-19

Edição

Seção

Caderno Uro-ginecologia