O ser mãe de uma criança com microcefalia
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v20i3.2859Resumo
Essa pesquisa objetiva analisar o impacto de ser mãe de uma criança com microcefalia, identificando as mudanças ocorridas no seu cotidiano após o nascimento do filho. Participaram desse estudo cinco mães, com faixa etária de 21 a 45 anos, todas atendidas na atenção básica, que tinham filhos de qualquer idade e sexo, com diagnóstico de Microcefalia, residentes no município de Jequié/BA. Trata-se de um estudo de caráter descritivo e abordagem qualitativa. Foram realizadas 5 entrevistas, que foram gravadas e transcritas na íntegra para a análise de conteúdo, usando a metodologia de Bardin. Após análise foram geradas categorias e subcategorias: 1. Conhecimento prévio da microcefalia; 2. Diagnóstico da microcefalia (Descoberta do diagnóstico, Cuidado do profissional de saúde ao passar o diagnóstico e Falta de conhecimento dos profissionais de saúde para o diagnóstico); 3. O pai diante da microcefalia; 4. Alterações na rotina da mãe (Interferência no sono e Impacto na rotina) 5. Acolhimento dos serviços de saúde e profissionais de saúde. Com os resultados percebeu-se que são diversas as dificuldades enfrentadas pelas mães que mudam totalmente suas rotinas, abandonam emprego, abdicam de momentos de lazer, vivenciam a separação dos seus parceiros no momento de dificuldade e a abdicação de si para cuidar do filho. Quanto aos profissionais de saúde, os resultados apontaram que não dominam o conhecimento sobre a microcefalia e demonstram pouca sensibilidade ao passar o diagnóstico as mães. Conclui-se assim que as mães de filhos microcefálicos mudam totalmente sua rotina e se veem negligenciadas pela Rede de Assistência em relação a sua própria saúde e de seus filhos.
Palavras-chave: microcefalia, saúde pública, mãe.
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