Efeito agudo da manipulação visceral em pacientes hipertensos
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v21i2.4031Resumo
A manipulação visceral é aceita como uma opção de tratamento para a hipertensão arterial. Esta técnica é trabalhada sobre as vísceras com o intuito de aliviar pontos anormais de tensão, para promover melhora de sua mobilidade e tonicidade para adequar suas reais funções. As vísceras como os rins, fígado e pericárdio, exercem papel importante no controle da pressão arterial, devido a suas funções fisiológicas, mecânicas e relações nervosas do sistema nervoso autônomo. O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos imediatos da manipulação visceral em pacientes hipertensos, que apresentaram valores pressóricos em repouso ≥ 140/90 mmHg. Neste estudo experimental participaram pacientes do Estágio de Fisioterapia Cardiorrespiratória, no ambulatório de Fisioterapia das Faculdades Adamantinenses Integradas, atendidos no período de junho a setembro de 2015. Dos 33 pacientes atendidos 10 apresentaram descompensação da pressão arterial e foram atendidos utilizando técnicas de manipulação visceral de rim, fígado, pericárdio e uma técnica de CV4. Os atendimentos foram realizados pelos próprios estagiários do setor, após treinamento com os pesquisadores. Os resultados do tratamento, dados pessoais e informações de prontuários foram descritas em uma ficha separada e individual para tabulação dos dados. Foi observado que as manipulações viscerais exercem efeito agudo de diminuição dos níveis pressóricos dos pacientes hipertensos, com diferença estatisticamente significante, em comparação com os valores iniciais (P < 0,05). Pode-se concluir que as técnicas utilizadas, nos pacientes atendidos neste estudo, mostram uma melhora nos valores da pressão arterial, portanto espera-se uma sequência de utilização das técnicas, para uma melhor compreensão de seus efeitos a médio e longo prazo.
Palavras-chave: hipertensão arterial, manipulação osteopática, vísceras.
Referências
Bolton SP, Budgel B. Visceral responses to spinal manipulation. J Electromyogr Kinesiol 2012;22(5):777-784. https://doi.org/10.1016/j.jelekin.2012.02.016
Julian DG, Cowan JC. Cardiologia. 6ª ed. São Paulo: Santos; 2000. Cardiopatia Hipertensiva; p.295-311.
Paschol MA. Fisioterapia cardiovascular: avaliação e conduta na reabilitação cardÃaca. Barueri: Manole; 2010. Principais fatores de risco ao desenvolvimento de doenças cardÃacas coronarianas; p.46-54.
Monteiro HL, Rolim LMC, Squinca DA, Silva FC, Ticianeli CCC, Amaral SL. Efetividade de um programa de exercÃcios no condicionamento fÃsico, perfil metabólico e pressão arterial de pacientes hipertensos. Rev Bras Med Sport 2007;13(2):107-12. https://doi.org/10.1590/S1517-86922007000200008
Lopes LO, Moraes ED. Tratamento não-medicamentoso para hipertensão arterial. Rev Soc Cardiol 2003;13(1):148-55. https://www.inesul.edu.br/revista_saude/arquivos/arq-idvol_10_1339682941.pdf
Scalon D, Fernandes WVB. Abordagem osteopática na gastrite. Revista Inspirar Movimento e Saúde 2010;2(2):5-10. https://www.inspirar.com.br/wp-content/uploads/2010/05/abordagem-osteopatica-gastrite-artigo514.pdf
Pastellides AN. The effect of cervical and thoracic spinal manipulations on blood pressure in normotensive males. [Dissertation]. Durban: University of Technology; 2009.
Branquinho RP, Oliveira DAR. Tratamento osteopático visceral: repercussões do sistema fascial no funcionamento e na postura artigo de revisão. Rev Bras Osteopat Ter Man 2011;2(1).
Lundy-Ekman L. Neurociência: Fundamentos para a reabilitação. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000.
McSweeney PT, Thomson PO, Johnston R. The immediate effects of sigmoid colon manipulation on pressure pain thresholds in the lumbar spine. J Bodyw Mov Ther. 2012;16:416-23. https://doi.org/10.1016/j.jbmt.2012.02.004
Irigoyen MC. Consolim-Colombo FM, Krieger EM. Controle cardiovascular: regulação reflexa e papel do sistema nervoso simpático. Rev Bras Hipertens 2001;8:55-62. http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/8-1/007.pdf
Martilli A. Sistema renal e sua influência no controle em longo prazo da pressão arterial. Unopar CientÃfica Ciências Biológicas e da Saúde 2013;15(1):75-80. https://doi.org/10.17921/2447-8938.2013v15n1p%25p
Lima SG, Hatagima A, Silva NLCL. Sistema renina-angiotensina: é possÃvel identificar genes de suscetibilidade à hipertensão. Arq Bras Cardiol 2007;89(6):427-33. https://doi.org/10.1590/S0066-782X2007001800013
Martinelli ALC. Hipertensão Portal. Revista Medicina 2004;37:253-61.
Guyton AC, Hall JE. Tratado de fisiologia médica. Rio de Janeiro: Elsevier; 2009. Músculo cardÃaco; o coração como uma bomba e a função das valvas cardÃacas. p.103.
Gascón MO. I viva El pericárdio livre! Viva La vida! 3ª ed. France: Books on Demand; 2011. El pericárdio; p.48-88.
Mion JD, Machado CA, Gomes MAM, Nobre F, Kohlmann JO, Amodeo C, Praxedes JN, Pascoal I et al. Projetos Diretrizes Associação Médica e Conselho Federal de Medicina. Revista AMRIGS 2003;47(3):220-43.
Santos ZMSA, Frota MA, Cruz DM, Holanda SDO. Adesão do cliente hipertenso ao tratamento: análise com abordagem interdisciplinar. Texto Contexto Enferm 2005;14(3):332-40. https://doi.org/10.1590/s0104-07072005000300003
Barral PJ, Mercier P. Manipulação visceral 1ª ed. Brasil: 2005.
Fedrigo V. Utilização da manobra do quarto ventrÃculo em pacientes com insônia. Cascavel: 2007.
Miranda RD, Perrotti TC, Bellinazzi VR, Nóbrega TM, Cendoroglo MS, Neto JT. Hipertensão arterial no idoso: peculiaridades na fisiopatologia, no diagnóstico e no tratamento. Rev Bras Hipertens 2002;9(3):293-300. http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/9-3/hipertensaoarterial.pdf
Veras RFS, Oliveira JS. Aspectos sócio-demográficos que influenciam na adesão ao tratamento anti-hipertensivo. Rev Rene 2009;10(3):132-8.
Montano-loza A, Meza-junco J. Patogénesis de la hipertensión portal. Revista de InvestigacÃon ClÃnica 2005;57(4):596-707. http://www.scielo.org.mx/pdf/ric/v57n4/v57n4a13.pdf
Angeliz K, Santos MS, Irigoyen MC. Sistema nervoso autônomo e doença cardiovascular. Revista da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul 2004;(3):1-7. http://sociedades.cardiol.br/sbc-rs/revista/2004/03/artigo02.pdf
Ferreira ATR. Efeitos da liberação miofascial na modulação anatômica do coração em sujeitos saudáveis. [Dissertação]. Vale da ParaÃba: Universidade do Vale da ParaÃba, Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento; 2004.
Júnior OK. Tratamento medicamentoso. Conselho Brasileiro de Hipertensão arterial. 1999;43(4):270-276.
Silva JR, Zácaro PMD. Treinamento com exercÃcios calistênicos funcionais em indivÃduos idosos hipertensos. Rev Ter Man Fisio Manip 2006;4(16):70-5.
Manipulating blood pressure. The Osteopath 2007;10:16.
DÃaz MCL, Heredia RAM, Rodriguez BC. Técnicas de Manipulación con impulso aplicadas en la columma cervical. European Journal Osteopathy 2014;9(1).
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.