Frequência e fatores associados dos sintomas musculoesqueléticos em auxiliares de enfermagem

Autores

  • Everaldo Nery de Andrade Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v12i1.594

Resumo

As afecções decorrentes do trabalho têm adquirido expressão em número e relevância social sendo a área de enfermagem, em particular, especialmente afetada por esses distúrbios. Este estudo buscou determinar a frequência dos sintomas musculoesqueléticos em auxiliares de enfermagem de um hospital público. O estudo foi transversal, de caráter descritivo analí­tico com a participação de 64 indiví­duos. Utilizou-se um questionário contendo dados demográficos, ocupacionais e queixas osteomusculares, traduzido e validado do Nordic Musculoskeletal Questionnaire. Foi realizada uma análise descritiva dos dados obtidos e aplicado o teste inferencial Qui-quadrado nas associações entre sintomas e carga horária, tempo de serviço e setor de trabalho. Dos participantes, 69% referiram algum tipo de sintoma osteomuscular nos últimos 12 meses sendo a região cervical a mais acometida (23,5%). Verificou-se também que 8% faltaram ao trabalho e 38% consultaram um profissional de saúde devido a esses sintomas. Em relação às associações encontraram-se resultados estatisticamente não significativos (p = 0,86; 0,99; 0,87), confirmando a independência entre estas variáveis. Percebeu-se que as tarefas de cuidado direto de enfermagem ao paciente e as caracterí­sticas do ambiente laboral com condições ergonômicas inadequadas podem estar influenciando no aumento do desgaste fí­sico dos trabalhadores abordados.

Palavras-chave: saúde do trabalhador, auxiliares de enfermagem, sintomas, doenças musculosqueléticas.

Biografia do Autor

Everaldo Nery de Andrade, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Ft., M.Sc., Especialista em Saúde Pública, docente da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e fisioterapeuta da Clí­nica CORE

Referências

Rosen G. Uma história da saúde pública. São Paulo: Unesp/Hucitec – Abrasco; 1994.

Meira APR, Araújo CC. Prevalência de sintomas músculo-esqueléticos em trabalhadores de supermercados em Jequié-BA, 2006 [TCC]. Jequié: UESC; 2006.

Brandão AG, Horta BL, Tomasi E. Sintomas de distúrbios osteomusculares em bancários de Pelotas e região: prevalência e fatores associados. Rev Bras Epidemiol 2005;8(3):295-305.

Gurgueira GP, Alexandre NMC, Filho HRC. Prevalência de sintomas músculo-esqueléticos em trabalhadoras de enfermagem. Rev Latinoam Enfermagem 2003;11(5):608-13.

Magnago TSBS, Lisboa MTL, Souza IEO, Moreira MC. Distúrbios musculo-esqueléticos em trabalhadores de enfermagem: associação com condições de trabalho. Rev Bras Enferm 2007;60(6):701-5.

Parada EO, Alexandre NMC, Benatti MCC. Lesões ocupacionais afetando a coluna vertebral em trabalhadores de enfermagem. Rev Latinoam Enfermagem 2002;10(1):64-9.

Rocha AM, Oliveira AGC. Estudo da dor nas costas em trabalhadores de enfermagem de um hospital universitário de Belo Horizonte, Minas Gerais. Rev Min Enf 1998;2(2):79-84.

Pinho L, Araújo MGF, Góes SR, Sampaio RF. Dores na coluna em profissionais de enfermagem. Acta Fisiátrica 2001;8(2):75-81.

Campana AO, Padovani CB, Iaria CT, Freitas CBD, Paiva SAR, Hossne WS. Investigação científica na área médica. Barueri: Manole; 2001.

Epidemiologia aplicada à pesquisa em saúde [online]. [citado 2008 Mar 3]. Disponível em URL: http://www.pgops.dod.ufrn.br/epid_aplic/epidemio_aplic.htm

Pinheiro F, Tróccoli B, Carvalho C. Validação do Questionário Nórdico de sintomas Osteomusculares como medida de morbidade. Rev Saúde Pública 2002;36(3):307-12.

Statistical Analysis System – User guide. NC: SAS Institute; 1999.

Varela CDS, Ferreira SL. Perfil das trabalhadoras de enfermagem com diagnóstico de LER/DORT em Salvador-Bahia 1998-2002. Rev Bras Enfermagem 2004;57(3):321-5.

Bachiega JC. Sintomas de distúrbios osteomusculares relacionados à atividade de cirurgiões-dentistas brasileiros. [Dissertação]. São Paulo: Uninove; 2009. 36 p.

Souza AS, Ferreira LHF, Valente GSC, Silva AH. Doenças ocupacionais: absenteísmo por prevalência de dor no sistema músculo-esquelético em profissionais de enfermagem que atuam no centro cirúrgico. Rev Enferm UFPE 2010;4(4):1718-23.

Giglio AG. Estudo das queixas osteomusculares entre fisioterapeutas em um hospital oncológico [dissertação]. Brasília: Universidade de Brasília; 2010.

Magnago TSBS, Lisboa MTL, Griep RH, Kirchhof ALC, Camponogara S, Nonnenmacher CQ, et al. Condições de trabalho, características sociodemográficas e distúrbios musculoesqueléticos em trabalhadores de enfermagem. Acta Paul Enferm 2010;23(2):187-93.

Aquino EML, Araújo MJS, Menezes GMS, Marinho LFB. Saúde e trabalho de mulheres profissionais de enfermagem em um hospital público de Salvador, Bahia. Rev Bras Enfermagem 1993;46(3-4):245-57.

Josephson M, Lagerstrom M, Hagberg M, Hjelm EW. Musculoskeletal symptoms and job strain among nursing personnel: a study over a three year period. Occup Environ Med 1997;54(9):681-5.

Gonçalves JRS, Melo EP, Lombas SRL, Mariano CS, Barbosa L, Chillida, MSP. Causas de afastamento entre trabalhadores de enfermagem de um hospital público do interior de São Paulo. REME Rev Min Enferm 2005;9(4):309-14.

Nunes JIS. Prevalência dos sintomas músculos esqueléticos em movimentadores de mercadorias com carga: comércio atacadista da cidade de Umuarama/PR. [Dissertação]. Florianópolis: UFSC; 2002. 105p.

Mendes R. Patologia do trabalho. Rio de Janeiro: Ateneu; 2001. p.180-1.

Doenças relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de saúde / Ministério da Saúde do Brasil, Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil. Dias CE, Almeida IM et al. Brasília: Ministério da Saúde do Brasil; 2001. 580p.

Alexandre NMC. Aspectos ergonômicos e posturais e o trabalhador da área de saúde. Semina Cienc Biol Saude 2007;28(2):109-18.

Downloads

Publicado

2017-05-20

Edição

Seção

Artigos originais