Abordagem da funcionalidade de pacientes hemiparéticos crônicos através da Classificação Internacional de Funcionalidade

Autores

  • Luciana Castaneda UFRJ
  • Heitor Silveira UFRJ
  • Fernanda Guimarães de Andrade UFRJ
  • José Vicente Martins UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v12i5.934

Resumo

Introdução: O acidente vascular encefálico (AVE) é um importante problema de saúde pública nas sociedades industrializadas, sendo a hemiparesia a sequela mais frequente, exercendo influência negativa na funcionalidade. Para efetividade da reabilitação neurológica é necessário um modelo avaliativo que não se restrinja somente ao escopo biomédico. Nesse sentido, pode-se pensar na Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) como ferramenta ideal para acesso às informações, pois apresenta caráter biopsicossocial e linguagem universal e unificada. Para a operacionalização da classificação foram desenvolvidos os core sets, além disso, a descrição da funcionalidade através da CIF envolve a presença de um qualificador que funciona com uma escala genérica de 0 a 4. Objetivo: Aplicar as categorias de atividade e participação e fatores ambientais do core set abreviado para AVE em pacientes hemiparéticos crônicos. Material e métodos: A amostra foi composta por 16 pacientes. As categorias do core set abreviado para AVE da CIF utilizadas foram associadas a perguntas. Para análise de significância e descrição das médias foi realizado um one way-anova. Resultados: Para esta população, em relação às categorias de atividade e participação, os pacientes relataram Fala (d330) como a categoria de maior dificuldade. Para os fatores ambientais, o apoio dos Profissionais de saúde (e355) foi considerado como o mais facilitador. Houve diferenças significativas entre a funcionalidade de homens e mulheres. Conclusão: A CIF parece uma ferramenta promissora para o levantamento de informações referentes í  funcionalidade de pacientes hemiparéticos crônicos, no entanto, seus qualificadores requerem padronização e há necessidade de futuros estudos para conclusão dos achados.

Palavras-chave: hemiparesia, Classificação Internacional de Funcionalidade.

Biografia do Autor

Luciana Castaneda, UFRJ

Ft., Pesquisadora, Setor de Fisioterapia Neurofuncional do Instituto de Neurologia Deolindo Couto, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Heitor Silveira, UFRJ

Ft., Laboratório de Neuropsiquiatria Geriátrica do Instituto de Psiquiatria Universitária Brasileira, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Fernanda Guimarães de Andrade, UFRJ

Ft., M.Sc., Setor de Fisioterapia NeuroFuncional do Instituto de Neurologia Deolindo Couto, Universidade Federal do Rio de Janeiro

José Vicente Martins, UFRJ

Ft., Setor de Fisioterapia NeuroFuncional do Instituto de Neurologia Deolindo Couto, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Referências

Teixeira-Salmela L, Neto M, Magalhães L, Lima R, Faria C. Content comparisons of stroke-specific quality of life based upon the international classification of functioning, disability, and health. Qual Life Res 2009;18(6):765-73.

Lynch E, Butt Z, Heinemann A, Victorson D, Nowinski C, Perez L, et al. A qualitative study of quality of life after stroke: The importance of social relationships. J Rehabil Med 2008;40(7):518-23.

Massucci M, Perdon L, Agosti M, Celani M, Righetti E, Recupero E, et al. Prognostic factors of activity limitation and discharge destination after stroke rehabilitation. Am J Phys Med Rehabil 2006;85(12):963-70.

Cieza A, Hilfiker R, Chatterji S, Kostanjsek N, Ustun B, Stucki G. The international classification of functioning, disability, and health could be used to measure functioning. J Clin Epidemiol 2009;62(9):899-911.

Schepers V, Ketloar M, Van De Port I, Visser-Meily A, Lindeman E. Comparing contents of functional outcome measures in stroke rehabilitation using the International Classification of Functioning, Disability and Health. Disabil Rehabil 2007;29(3):221-30.

Geyh S, Kurt T, Brockow T, Cieza A, Ewert T, Omar Z, et al. Identifying the concepts contained in outcome measures of clinical trials on stroke using the International Classification of Functioning, Disability and Health as a reference. J Rehabil Med 2004;44:56-62.

Uyttenboogaart M, Luijckx Z, Vroomen P, Stewart R, Keyser J. Measuring disability in stroke: relationship between the modified Rankin scale and the Barthel index. J Neurol 2007;254(8):1113-7.

Blum L, Korner-Bitensky N. Usefulness of the Berg balance scale in stroke rehabilitation: a systematic review. Phys Ther 2008;88(5):559-66.

Koyama T, Matsumoto K, Okuno T, Domen K. Relationships between independence level of single motor-FIM items and FIM-motor scores in patients with hemiplegia after stroke: an ordinal logistic modelling study. J Rehabil Med 2006;38(5):280-6.

Salter K, Jutai Jw, Teasell R, Foley N, Bitensky J, Bayley M. Issues for selection of outcome measures in stroke rehabilitation: ICF participation. Disabil Rehabil 2005;27(9):507-28.

Dijkers M, Kropp GC, Esper RM, Yavuzer G, Cullen N, Bakdalieh Y. Reporting on reliability and validity of outcome measures in medical rehabilitation research. Disabil Rehabil 2002;24(16):819-27.

Sigl T, Cieza A, Brockow T, Chatterji S, Kostanjsek N, Stuck G. Content comparison of low back pain-specific measures based on the international classification of functioning, disability and health (ICF). Clin J Pain 2006;22(2):147-53.

Organização Mundial da Saúde (OMS). CIF: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. São Paulo: EDUSP; 2003.

Geyh S, Cieza A, Kollerits B, Grimby G, Stucki G. Content comparison of health-related quality of life measures used in stroke based on the international classification of functioning, disability and health (ICF): a systematic review. Qual Life Res 2007;16(5):833-51.

Stucki G, Reinhardtn J, Grimby G. Developing “human functioning and rehabilitation research†from the comprehensive perspective. J Rehabil Med 2007;39(9):665-71.

Sampaio RF, Luz ML. Funcionalidade e incapacidade humana: explorando o escopo da classificação internacional da Organização Mundial da Saúde. Cad Saúde Pública 2009;25(3):475-83.

Jette A. Toward a common language for functioning, disability and health. Phys Ther 2006;86(5):723-34.

Geoffrey M, Jayne B, Bufka L, Peterson D, Threats T, Trask C. Operationalizing the International Classification of Functioning, Disability and Health in Clinical Settings. Rehab Psychol 2005;50(2):122-31.

Stucki G. International Classification of Functioning, Disability, and Health (ICF): A promising framework and classification for rehabilitation medicine. Am J Phys Med Rehabil 2005;84(10):733-40.

Starrost K, Geyh S, Trautmern A, Grunow J, Cebellos-Baumann A, Prosiegel M et al. Interrater reliability of the extended ICF core set for stroke applied by physical therapists. Phys Ther 2008;88(7):841-53.

Stucki G, Ewert T, Cieza A. Value and application of the ICF in rehabilitation medicine. Disabil Rehabil 2002;24(17):932-38.

MC Intyre A, Tempest S. Two steps forward, one step back? A commentary on the disease-specific core sets of the International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF). Disabil Rehabil 2007;29(18):1475-79.

Geyh S, Cieza A, Schouten J, Dickson H, Dommelt P, Omar Z, et al. ICF Core sets for stroke. J Rehabil Med 2004;44:135-41.

Stucki G, Cieza A, Ewert T, Kostanjsek N, Chatterji S, Bedirhan Usutn T. Application of the International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF) in clinical practice. Disabil Rehabil 2002;24(5):281-2.

Rentsch H P., Bucher P, Dommen I, Wolf C, Hefti H. Fluri E et al. The implementation of the International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF) in daily practice of neurorehabilitation: An interdisciplinary project at the Kantonsspital of Lucerne, Switzerland. Disabil Rehabil 2003;25(8):411-21.

Costa Rosa TE, D’Aquino MH, Latorre ML, Ramos LB. Fatores determinantes da capacidade funcional entre idosos. Rev Saúde Pública 2003;37(1):40-8.

Grill E, Hermes R, Swoboda W, Uzarewicz C, Kostanjsek N, Stucki G. ICF Core Set for geriatric patients in early post-acute rehabilitation facilities. Disabil Rehabil 2005;27(7/8):411-17.

Rodrigues LS, Alencar GA, Rocha GE. Paciente com acidente vascular encefálico e a rede de apoio familiar. Rev Bras Enfermagem 2009;62(2):272-7.

Algurén B, Lundgren-Nilsson A, Sunnerkragen KS. Functioning of stroke survivors – A validation of the ICF Core Set for stroke in Sweden. Disabil Rehab 2010;32970:551-9.

Lemberg I, Kirchberger I, Stucki G. The ICF Core Set for stroke from the perspective of physicians: a worldwide validation study using the Delphi technique. Eur J Phys Med 2010;46(3):377-88.

Downloads

Publicado

2017-05-20

Edição

v. 12 n. 5 (2011): Fisioterapia Brasil v12n5

Seção

Artigos originais

Licença

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:

Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a  Licença Creative Commons Attribution 4.0  que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.

Autores têm autorização para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capí­tulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.