Relação entre função cognitiva e capacidade funcional em idosos institucionalizados de Caxias do Sul/RS
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v12i5.937Resumo
O envelhecimento normal engloba um declínio gradual nas funções cognitivas, dependentes de processos neurológicos que se alteram com a idade. O declínio que acompanha o idoso tem início e progressão extremamente variáveis, e a perda de memória aparece como uma das funções mais acometidas. O objetivo deste estudo foi caracterizar uma população de idosos institucionalizados de Caxias do Sul/RS quanto ao seu estado cognitivo, às atividades comuns de vida diária, í mobilidade e í autonomia funcional a fim de identificar possível associação existente entre déficit cognitivo e prejuízo motor decorrentes da institucionalização destes sujeitos e vice-versa. Participaram deste estudo 67 sujeitos (77,59 ± 8 anos), os quais foram submetidos ao teste cognitivo Mini-Exame do Estado Mental (MEEM). Mobilidade para membros superiores e inferiores, e as atividades de vida diária foram avaliadas através do Índice de Katz. Não foi encontrada correlação estatisticamente significativa entre MEEM e idade, gênero, escolaridade e mobilidade de membros inferiores (r = 0,02, p > 0,05, Pearson). Uma associação foi detectada entre o desempenho dos idosos no teste para mobilidade dos membros superiores e o teste cognitivo MEEM (p = 0,01 e r = 0,251 Pearson). Os idosos demonstraram um déficit significativo na realização das tarefas banho, vestuário e transferência através do Índice de Katz. Portanto, podemos concluir através deste estudo que as alterações cognitivas detectadas através do MEEM não tiveram associação com o desempenho dos idosos nos testes de mobilidade para membros inferiores. Entretanto, verificou-se uma associação significativa entre o desempenho dos idosos no teste de capacidade funcional para membros superiores e o teste cognitivo avaliado através do MEEM.
Palavras-chave: idosos, cognição, mobilidade.
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