Ginástica hipopressiva como recurso proprioceptivo para os músculos do assoalho pélvico de mulheres incontinentes

Autores

  • Maura R Seleme UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v12i5.940

Resumo

Introdução: Está amplamente descrito na literatura que as mulheres com e sem disfunção do assoalho pélvico apresentam grande dificuldade em realizar a contração adequada dos músculos perineais. A Ginástica Hipopressiva poderia facilitar o entendimento da correta contração uma vez que supostamente promove contração reflexa dos músculos do assoalho pélvico (MAP) durante sua realização. Objetivo: Avaliar a função dos MAP antes e após protocolo de exercí­cios hipopressivos para melhora da propriocepção perineal em mulheres com incontinência urinária de esforço (IUE). Métodos: Foram incluí­das 14 mulheres com IUE que se submeteram a protocolo de três sessões individuais, com conteúdo padronizado, que incluiu o aprendizado dos exercí­cios hipopressivos em etapas. Após este perí­odo de aprendizado, as pacientes se submeteram a 12 semanas de exercí­cios domiciliares, com sessões mensais com o fisioterapeuta. A cada sessão, as pacientes apresentavam diário de exercí­cios preenchido para mensuração da aderência ao tratamento. A função dos MAP foi mensurada antes e após o tratamento por meio de palpação bidigital, utilizando-se a escada de Oxford, o endurance muscular e o número de contrações rápidas. Resultados: Houve melhora em todos os parâmetros de função muscular avaliados: Oxford (p = 0,0005); endurance (p = 0,0001) e número de contrações rápidas (p < 0,0001). Conclusão: Houve aumento da função muscular do assoalho pélvico após prática de exercí­cios hipopressivos para melhora da propriocepção perineal.

Palavras-chave: incontinência urinária de esforço, propriocepção perineal.

Biografia do Autor

Maura R Seleme, UFRJ

Fisioterapeuta, Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

Referências

Messelink B, Benson T, Berghmans B et al. Standardisation of terminology of pelvic floor muscle function and dysfunction: report from the pelvic floor clinical assessment group of the international continence society. Neurourol Urodyn 2005;24:374-80.

Bo K, Larsen S, Oseid S et al. Knowledge about and ability to correct pelvic floor muscle exercises in women with urinary stress incontinence. Neurourol Urodyn 1998;7:261-2.

Talasz H, Himmer-Perschak G, Marth E et al. Evaluation of pelvic floor muscle function in a random group of adult women in Austria. Int Urogynecol J 2008;19:131-5.

Talasz H, Gosch M, Enzelsberger H, Rhomberg HP. Geriatrische Patientinner mit harninkontinenz-symptomen und ihre kontrolle über den beckenboden. Z Gerontol Geriatr 2005;38:424-30.

Seleme M R, Bertotto A, Ribeiro VW. Exercícios hipopressivos. In: Palma P. Urofisioterapia: Aplicações clínicas das técnicas fisioterapêuticas nas disfunções miccionais e do assoalho pélvico. Personal link 2009;295-307.

Berghmans B et al. Pelvic floor rehabilitation. In: Staskin DR, ed. Atlas of bladder disease. London: Springer; 2010.

Caufriez M. Gymnastique abdominale hypopressive. Bruxelles; 1997. p.8-35.

Laycock J, Whelan MM, Dumoulin C. Patient assessment. In: Haslam J, Laycock J, eds. Therapeutic management of incontinence and pelvic pain. 2 ed. London: Springer; 2008. p.57-66.

Bo K, Ascheoug A. Pelvic floor and exercise science: strength training In: Bo K, Berghmans B, Morkved S, Van Kampen M, eds. Evidence-based physical therapy for the pelvic floor. Elsevier; 2007. p.119-32.

Hay-Smith EJC, Dumoulin C. Pelvic floor muscle training versus no treatment, or inactive control treatments, for urinary incontinence in women. Cochrane Database Syst Rev 2010;1.

Abrams P, Andersson L, Birder L, Brubaker L, Cardozo C, Chapple A, Cottenden W, Davila D et al. Fourth international consultation on incontinence recommendations of the international scientific committee: evaluation and treatment of urinary incontinence, pelvic organ prolapse and fecal incontinence. Neurourol Urodyn 2010;29:213-40.

Kegel AH. Stress incontinence and genital relaxation. Clinical Symposia 1952;4(2):35-51.

Bump R, Hurt WG, Fantl J et al. Assessment of Kegel exercise performance after brief verbal instruction. Am J Obstetr Gynecol 1991;165:322-9.

Bo K, Morkved S. Motor learning. In: Bo K, Berghmans B, Morkved S, Van Kampen M. Evidence-based physical therapy for the pelvic floor. Elsevier; 2007. p.113-9.

Moen MD, Noone MB, Vassallo BJ, Elser DM. Pelvic floor muscle function in women presenting with pelvic floor disorders. Int Urogynecol J 2009; 20:843-6.

Talasz H, Kremser C, Kofler M, Kalchschmid E, Lechleitner M, Rudisch A. Phase-locked parallel movement of diaphragm and pelvic floor during breathing and coughing – a dynamic MRI investigation in healthy females. Int Urogynecol J 2011;22:61-8.

Felicíssimo MF, Carneiro MF, Souza ELBL et al. Fatores limitadores à reabilitação da musculatura do assoalho pélvico em pacientes com incontinência urinária de esforço. Acta Fisiátrica 2007;14(4):233-6.

Downloads

Publicado

2017-05-20

Edição

Seção

Artigos originais