Desafios metodológicos em ensaios clínicos randomizados na educação física: o design de não inferioridade

Opinião - e235604 - Publicado 5 de outubro de 2024

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.33233/rbfex.v23i2.5604

Palabras clave:

educação física, ensaios clínicos randomizados, não-inferioridade

Resumen

O profissional de Educação Física, como qualquer profissional de saúde, necessita tomar decisões durante o exercício da sua atividade profissional. Essas decisões devem ser prudentes visando o maior benefício para o seu cliente. Neste contexto, os ensaios clínicos randomizados (ECR) são considerados o padrão ouro para orientar a decisão. No entanto, julgamentos equivocados podem acontecer na interpretação dos resultados de estudos clínicos de superioridade, isto porque assumem que duas intervenções são idênticas devido a ausência de diferença estatística, todavia, a falta de significância estatística não apoia a conclusão da igualdade; isto é, a ausência de evidência não é evidência de ausência. Neste cenário, uma alternativa elegante são os estudos de equivalência e não inferioridade, que devem ser utilizados sempre que uma nova intervenção tenha uma vantagem prática substancial em comparação com a antiga já estabelecida. De acordo com a estratégia metodológica, é estabelecida uma margem de tolerância para não inferioridade utilizando os limites do intervalo de confiança. Dessa forma, uma vez demonstrada a não inferioridade, ficamos mais convencidos que a intervenção   trará benefício esperado para nosso cliente. Portanto, nossa proposta foi chamar a atenção para essa técnica metodológica que pode ser de grande utilidade em nossa área e que necessita ser mais explorada.

Biografía del autor/a

Antônio Marcos Andrade Costa, UEA

Universidade Estadual do Amazonas (UEA), Manaus, AM; Grupo de Pesquisa em Atividade Física para Grupos Especiais (UFAM), Grupo de pesquisa Atividade Física e Alterações do Neurodesenvolvimento, laboratório do Movimento Humano da Universidade São Judas Tadeu, SP, Brasil

Ewerton de Souza Bezerra, UFAM

Programa de pós-graduação em Ciências do Movimento Humano, Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manaus, AM, Brasil

Nathalia Bernardes, USJT

Laboratório do Movimento Humano, Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, SP, Brasil

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Publicado

2024-10-02