Postura de praticantes de CrossFit®
DOI:
https://doi.org/10.33233/rbfe.v18i2.2895Palavras-chave:
CrossFit®; postura; exercício; treinamento funcional de alta intensidadeResumo
Objetivou-se nesta pesquisa avaliar a postura de praticantes de CrossFit® e verificar as regiões mais acometidas. Participaram da amostra 175 praticantes de ambos os gêneros, que foram divididos em dois grupos etários, 20 a 35 anos e 36 a 58 anos, que praticavam de duas a oito vezes por semana com duração de 120 a 1500 minutos. Para a avaliação postural utilizou-se o protocolo da Portland State University (PSU), cujo índice de correção postural (ICP) foi ajustado para 80,0%, pelo fato de ser uma modalidade de exercício de alta intensidade, que trabalha em alguns momentos acima de 95,0% da frequência cardíaca máxima. Para análise da postura, adotou-se a biofotogrametria e para interpretação dos resultados, aplicou-se análise de variância unidirecional (ANOVA One-way) com p bicaudal e teste de Kruskal-Wallis, ambos com nível de significância (p < 0,05). Constatou-se que na postura somente o gênero feminino na faixa etária entre 20 e 35 anos estava dentro dos padrões de normalidade. Com relação às regiões mais significativas (< 0,01) nos dois grupos etários, a coluna apresentou estar acima do valor de referência e os membros inferiores abaixo. No que se refere í frequência das alterações posturais (≥ 90,0%), as mais acentuadas foram: escoliose torácica, inclinação lateral de quadril e hiperextensão de joelho, variando com o passar dos anos nos dois grupos etários. Conclui-se que a região de membros inferiores e as alterações posturais constatadas merecem observação clínica, sendo extremamente importante inserir exercícios preventivos específicos durante as aulas, para que possa ocorrer o reequilíbrio musculoesquelético.
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