Contexto de trabalho e percepções de gestores sobre a saúde dos profissionais da Estratégia de Saúde da Família
DOI:
https://doi.org/10.33233/eb.v22i3.5139Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Contexto de Trabalho, Saúde do Trabalhador, Gestão, GerenciamentoResumo
Objetivo: Analisar o contexto de trabalho dos profissionais da Estratégia de Saúde da Família e a perspectiva de gestores da saúde. Estudo de abordagem mista, com projeto de triangulação concomitante, realizada nos municípios da região do Vale do Paranhana/RS. Métodos: Participaram 260 profissionais que responderam ao questionário sociodemográfico e profissional e a Escala de Avaliação do Contexto do Trabalho (EACT). Realizaram-se entrevistas semiestruturadas com seis gestores da saúde, dos municípios que compõem a região. A coleta de dados foi realizada entre agosto e novembro de 2019. Os dados quantitativos foram submetidos à estatística descritiva, os dados qualitativos foram transcritos e submetidos à análise do tipo temática. Resultados: Verificou-se que a organização e condições de trabalho, e relações socioprofissionais são consideradas como críticas. A gestão, na Atenção Primária à Saúde, precisa considerar as relações de trabalho, situação em que a participação dos sujeitos seja fundamental para a saúde do trabalhador. Conclusão: s profissionais das ESFs estão expostos a incoerências entre a proposta abrangente da APS e os imprevistos estruturais dificultando a problematização necessária à transformação dos processos de trabalho. Considera-se que oportunizar um ambiente laboral favorável, e produzir espaços para reflexão do trabalho, inclui uma renormalização dos processos de trabalho, investimentos, qualificação profissional permanente e participação ativa dos sujeitos.
Referências
Diniz ASB, Goes HS. Espaço de escuta técnica qualificada: uma nova estratégia de mediação do sofrimento no trabalho. In: Psicodinâmica e clínica do trabalho: temas, interfaces e casos brasileiros. Curitiba: Juruá;2011. p.451-66.
Schwartz Y. Conceituando o trabalho, o visível e o invisível. Trab Educ Saúde. 2011,9:19-45. doi: 10.1590/S1981-77462011000400002
Oliveira JCD. Neoliberalismo, novas morfologias do trabalho e subjetividade: implicações sobre o hidronegócio e a organização social. Espaço e Economia. Revista Brasileira de Geografia Econômica 2019;16. doi: 10.4000/espacoeconomia.9381
Antunes R. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviço na era digital. Revista da Geografia do Trabalho. 2020;21(1):193-96.
Barros NMGC, Honório LC. Riscos de adoecimento no trabalho de médicos e enfermeiros em um hospital regional mato-grossense. REGE-Revista de Gestão. 2015;22(1):21-39. doi: 10.5700/rege549
Bordignon M, Ferraz L, Beck CLC, Amestoy SC, Trindade LL. satisfação dos profissionais de saúde no trabalho em oncologia. Rev Rene. 2015;16(3):398-406. doi: 10.15253/2175-6783.2015000300013
Sena TS, Costa ML. Reflexões sobre a Abordagem da Governança Clínica na Educação em Saúde.Revista Brasileira de Educação Médica. 2026;40(2):278-85. doi: 10.1590/1981-52712015v40n2e02822014
Fertonani HP, Pires DEPD, Biff D, Scherer MDDA. Modelo assistencial em saúde: conceitos e desafios para a atenção básica brasileira. Ciênc Saúde Coletiva. 2015;20:1869-78. doi: 10.1590/1413-81232015206.13272014
Brasil. MS. Portaria nº 1.823, de 23 de agosto de 2012. Institui a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2012.
Creswell TA, John W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Traduzido por: Lopes M. Porto Alegre: Artmed; 2010. 296 p.
Mendes AM, Ferreira MC, Cruz RM. Inventário sobre Trabalho e Riscos de Adoecimento-ITRA: instrumento auxiliar de diagnóstico de indicadores críticos no trabalho. Psicodinâmica do trabalho: teoria, método e pesquisas. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2007. p.111-26.
Minayo MCDS, Guerriero ICZ. Reflexividade como éthos da pesquisa qualitativa. Ciênc Saúde Coletiva. 2014;19:1103-12. doi: 10.1590/1413-81232014194.18912013
COFEN. Resolução. Ética e Legislação Profissional. 2015. [citado 2022 Mar 12]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/parecer-no-0132015cofenctln_54431.html
Nunes EDFPDA, Santini SML, Carvalho BG, Cordoni Junior L. Força de trabalho em saúde na Atenção Básica em Municípios de Pequeno Porte do Paraná. Saúde em Debate. 2015;39:30-42. doi: 10.1590/0103-110420151040174
Maissiat GDS, Lautert L, Pai DD, Tavares JP. Contexto de trabalho, satisfação e sofrimento no trabalho na atenção primária à saúde. Rev Gaúcha Enferm. 2015;36:42-49. doi: 10.1590/1983-1447.2015.02.51128
Mendes AM. Novas formas de organização do trabalho, ação dos trabalhadores e patologias sociais. Psicodinâmica do trabalho: Teoria, Método e Pesquisas 2007;1:49-61.
Ferreira MBG, Felix MMS, Contim D, Souza D.J, Simões ALA. Caracterização do contexto de trabalho e qualidade de vida dos profissionais de estratégia saúde da família. Cogitare Enferm. 2015;20(3):565-72.
Kessler AI, Krug SBF. Do prazer ao sofrimento no trabalho da enfermagem: o discurso dos trabalhadores. Rev Gaúcha Enferm. 2012;33:49-55. doi: 10.1590/S1983-14472012000100007
Maissiat GDS. Prazer e sofrimento de trabalhadores da atenção básica à saúde à luz da teoria da psicodinâmica do trabalho [Dissertação]. Porto Alegre: UFRGS; 2013. [citado 2022 Mar 12]. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/76335
Ferreira MC, Almeida CP, Guimarães MC. Ergonomia da atividade: uma alternativa teórico-metodológica no campo da psicologia aplicada aos contextos de trabalho. O trabalho e as organizações: atuações a partir da psicologia. Porto Alegre: Artmed; 2013. p. 558-78.
Lavnchicha GRFS. A clínica psicodinâmica do trabalho: teoria e método. Khóra, Revista Transdisciplinar 2015;2(2).
Ferreira GE, Santos EP, Gomes ASD, Capellari C, Morais RTR. Intervenções comunitárias em enfermagem: intersetorialidade, formação empreendedora e desenvolvimento regional em saúde. Redes: Revista do Desenvolvimento Regional 2018;23(3):317-35. doi: 10.17058/redes.v23i3.12182
Seligmann-Silva E. Trabalho e desgaste mental: o direito de ser dono de si mesmo. São Paulo: Cortez; 2022.
Dejour C. Da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2011.
Mendes AM, Araujo LKR. Clínica psicodinâmica do trabalho: o sujeito em ação. Curitiba: Juruá; 2012.
Glanzner CH. O descompasso entre o trabalho real e o prescrito: prazer e sofrimento dos profissionais das equipes de Saúde da Família no Grupo Hospitalar Conceição. 2014.
Shimizu HE, Carvalho Junior DAD. O processo de trabalho na Estratégia Saúde da Família e suas repercussões no processo saúde-doença. Ciênc Saúde Coletiva. 2012;17:2405-14.
Oliveira MMD, Pedraza DF. Contexto de trabalho e satisfação profissional de enfermeiros que atuam na Estratégia Saúde da Família. Saúde em Debate. 2019;43:765-779. doi: 10.1590/0103-1104201912209
Guizard FL, Cunha MLS. Profissionais administrativos na gestão do Sistema Único de Saúde: a divisão social do trabalho. Trab Educ Saúde. 2012;10:463-80. doi: 10.1590/S1981-77462012000300007
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Edemilson Pichek dos Santos, Roberto Tadeu Ramos Morais
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.