Efeitos da estimulação cortical por sintetização auditiva conjugada na marcha de uma criança com diplegia espástica

Autores

  • Vernon Furtado da Silva UCB/RJ

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v10i6.1586

Resumo

O termo paralisia cerebral é usado para um grupo de condições caracterizadas essencialmente por disfunção motora. Com base nesta assertiva, o presente estudo teve por objetivo investigar os efeitos da estimulação auditiva conjugada a um programa de direcionamento mental na marcha de uma criança com diplegia espástica (DE). A metodologia é de um estudo de caso (N = 1) de um indiví­duo com cinco anos de idade, gênero masculino, diagnosticado com DE, com rigidez muscular de membros inferiores, não deambulando com independência. Procedimentos: Foram aplicadas 48 sessões de 30 minutos de estimulação cerebral de ondas alfa, precedidos de exercí­cios do programa de educação motora. As mensurações foram feitas através do Sistema de Classificação da Função Motora Grossa para Paralisia Cerebral, da Bateria Psicomotora de Vitor da Fonseca e da Sequência de Desenvolvimento de Habilidades Locomotoras. O resultado do item tonicidade em medidas pré e pós-intervenção revelou-se significativo, com qui quadrado= 8,428, gl 1 e 18, p < 0,05. Os resultados benéficos coincidiram com melhoras inequí­vocas observadas nos testes do Sistema de Classificação da Função Motora Grossa para Paralisia Cerebral. A intervenção proposta no estudo pode gerar efeitos muito positivos na marcha de uma criança com DE, como a sua total independência na marcha, além da independência nas suas AVDs.

Palavras-chave: diplegia espástica, estimulação auditiva, deambulação.

 

Biografia do Autor

Vernon Furtado da Silva, UCB/RJ

D.Sc., Laboratório de Aprendizagem Neural e Performance Motora (LANPEM/CNPQ) – UCB/RJ

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Publicado

2017-12-16

Edição

Seção

Relatos de caso