Efeito agudo das correntes Russa e Aussie na força muscular de flexores de punho e dedos

Autores

  • Marina Rufino Mariano UFPI
  • Ivy Veras de Sousa UFPI
  • Priscila Thais Araújo dos Santos UFPI
  • Paulo Roberto Milanez Oliveira Junior UFPI
  • Francisco Eliezer Xavier Magalhães UFPI
  • Dionis de Castro Dutra Machado UFPI

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v21i5.2691

Palavras-chave:

Fisioterapia, eletroestimulação, força muscular

Resumo

Introdução: As alterações motoras e sensoriais da mão diminuem a força dos músculos que compõe esse segmento e pode repercutir na qualidade de vida do indivíduo. No campo da Fisioterapia, a diminuição da força muscular é frequentemente tratada com o emprego de correntes excitomotoras, dentre aquelas comumente empregadas, as correntes russas e aussie destacam-se por serem de média frequência e promoverem estimulação sensorial confortável. Objetivo: Identificar os efeitos agudos do uso das correntes aussie e russa sobre a força muscular de flexores de punho e dedos. Métodos: Foi realizado um estudo de caráter experimental, no qual se avaliou a força de preensão palmar antes e após a aplicação de correntes excitomotoras (aussie e russa). Os voluntários foram dividios em dois grupos, GR, os quais foram sumetidos a terapia com corrente russa, e GA, que recebeu a terapia usando a corrente Aussie. A estimulação utilizando a corrente russa foi efetuada com frequência portadora de 2500 Hz com burst de 10 ms, frequência de estimulação de 50 Hz, tempo On 5 segundos e tempo Off 15 segundos e modulação de 20%. Já a estimulação com a corrente Aussie foi realizada com frequência portadora de 1000 Hz com burst de 2 ms, frequência de modulação a 50 Hz, tempo On em 5 segundos, tempo Off 15 segundos, Rampas de subida e descidas fixadas em 2 segundos. Em ambas as estimulações, a intensidade da corrente foi ajustada de acordo com a tolerância do participante, buscando desencadear contração muscular visível, e o tempo total de aplicação foi de 10 minutos. Resultados: As alterações na goniometria e dinamometria foram analisadas por meio de uma ANOVA de dois fatores. Ao analisar os efeitos principais dos dados da goniometria, não foram observadas diferenças estatisticamente significativa entre os grupos [F(2,114) = 2,662; p=0,074] e entre os momentos [F(1,114 )= 2,893; p = 0,092]. Os dados da dinamometria também não apresentaram efeito principal para os momentos [F(1,114) = 0,392; p = 0,533]. No entanto, observou-se efeito principal para grupos com [F(2,114) = 3,119; p = 0,048]. Assim, o presente estudo não encontrou diferenças estatísticas significativas no ganho de força de preensão palmar como resultado de uma única aplicação das correntes estudadas. Conclusão: Sugere-se a realização de estudos adicionais utilizando eletroestimulação, buscando estabelecer parâmetros mais indicados para promover maiores ganhos de força muscular e benefícios terapêuticos.

Biografia do Autor

Marina Rufino Mariano, UFPI

Ft., Universidade Federal do Piauí­ (UFPI), Teresina, PI, Brasil

Ivy Veras de Sousa, UFPI

Ft., Universidade Federal do Piauí­ (UFPI), teresina, PI, Brasil

Priscila Thais Araújo dos Santos, UFPI

Ft., Universidade Federal do Piauí­ (UFPI), Teresina, PI, Brasil

Paulo Roberto Milanez Oliveira Junior, UFPI

Ft., Universidade Federal do Piauí­ (UFPI), Teresina, PI, Brasil

Francisco Eliezer Xavier Magalhães, UFPI

Ft., D.Sc.,  Biotecnologia, Universidade Federal do Piauí­ (UFPI), Teresina, PI, Brasil

Dionis de Castro Dutra Machado, UFPI

Professora adjunta do departamento de Educação Fí­sica do CCS da Universidade Federal do Piauí­  (UFPI), Teresina, PI, Brasil

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Publicado

2020-11-19

Edição

Seção

Artigos originais