Saúde da população LGBT+: a formação em fisioterapia no cenário dos direitos humanos

Autores

  • Gabriel Paz de Lima UEPA
  • Ana Cristina Vidigal Soeiro UEPA
  • Soanne Chyara Soares Lira UEPA

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v22i3.4615

Palavras-chave:

Fisioterapia; direitos humanos; minorias sexuais e de gênero; educação superior

Resumo

Introdução: A universalidade, a equidade e a integralidade são os pilares do Sistema Único de Saúde que normatizam o acesso à saúde no país. Dentro do escopo da integralidade, está a assistência à população de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros (LGBT+), que ainda é vitimada pelo preconceito e discriminação no atendimento de suas demandas em saúde. No campo da Fisioterapia, é necessário dar evidência a essa temática como uma estratégia de visibilidade e problematização sobre a necessidade do respeito à diversidade sexual e de gênero. Objetivo: Discutir o papel da formação acadêmica em Fisioterapia no atendimento às demandas em saúde da população LGBT+. Métodos: Trata-se de um estudo do tipo exploratório, transversal e descritivo, realizado com estudantes de graduação em Fisioterapia por meio de um questionário. Resultados: Os resultados apontaram lacunas em relação à temática na formação acadêmica, indicando a necessidade de inclusão de conteúdos acadêmicos relacionadas à saúde da população LGBT+ na graduação em Fisioterapia. Conclusão: Os conteúdos acadêmicos relacionados à saúde da população LGBT+ são escassos durante a graduação em Fisioterapia. Esta é uma realidade que necessita ser reformulada, pois pode tornar-se um ambiente favorável à desconstrução de dúvidas e preconceitos, além do preparo para a assistência.

 

Biografia do Autor

Gabriel Paz de Lima, UEPA

Fisioterapeuta formado pela Universidade do Estado do Pará (UEPA)

Ana Cristina Vidigal Soeiro, UEPA

Docente da Universidade do Estado do Pará (UEPA)

Soanne Chyara Soares Lira, UEPA

Docente da Universidade do Estado do Pará (UEPA)

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Publicado

2021-07-15

Edição

Seção

Artigos originais